terça-feira, 11 de abril de 2023

Além de casal preso na Alemanha, outras duas pessoas alegam que tiveram malas trocadas por carga de droga no aeroporto em SP.


Além das brasileiras presas na Alemanha após terem as malas trocadas por bagagens com drogas, outras duas pessoas disseram que tiveram malas trocadas por quadrilha de criminosos que age em aeroportos, segundo a Polícia Federal.

Um dos casos aconteceu no dia 3 de março com uma passageira que também saiu do aeroporto de Goiás, com destino ao de Guarulhos, na Grande São Paulo, para seguir para a França.

A mala da vítima foi apreendida no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, mas ela não foi presa porque no aeroporto outros dois homens integrantes da quadrilha tentaram pegar a bagagem com a droga antes dela. Um deles é brasileiro. Eles não têm relação com a passageira e estão presos.

O caso é semelhante ao das duas goianas que permanecem detidas há mais de um mês na Alemanha, suspeitas de tráfico internacional de drogas (veja abaixo).

No dia 26 de março um outro brasileiro — um homem que nasceu em Goiás e pegou voo no aeroporto em Guarulhos — foi detido com malas com drogas em Lisboa, em Portugal.

Ele chegou a alegar que teve as malas trocadas. O homem foi preso e ainda está detido.

O casal Kátyna Baía e Jeanne Paollini seguia viagem à Europa quando teve as malas trocadas no aeroporto em São Paulo. A Polícia Federal disse que já provou que elas são inocentes. O caso delas deu início às investigações.

O Fantástico exibiu imagens de todo o passo a passo desde que Kátyna e Jeanne saíram de casa, em um apartamento em Goiânia, até entrarem no Aeroporto Santa Genoveva, na capital de Goiás. Câmeras do edifício registraram Jeanne com uma mala rosa e Kátyna com uma bagagem preta, às 6h04 do dia 4 de março, descendo pelo elevador do prédio. Era o começo das férias de 20 dias pela Alemanha, Bélgica e República Tcheca.

Como o grupo agia
De acordo com a Polícia Federal, as malas eram trocadas dentro da área restrita do aeroporto Internacional de São Paulo. O local é monitorado, mas o grupo fazia a troca em uma área onde havia um ponto cego das câmeras (veja vídeo abaixo).

O grupo recebia a mala com drogas, retirava a etiqueta que as vítimas recebiam no momento do check-in com sua identificação e incluía na mala com drogas.

Depois disso, as malas eram embarcadas e iam ao destino final, a Europa. No aeroporto internacional de destino, os criminosos pegavam as malas sem que as vítimas soubessem que a carga com drogas tinha sido recebida com sua identificação.

Segundo a Polícia Federal, o caso passou a ser investigado após a prisão das brasileiras, que negaram envolvimento com o tráfico internacional. Nesta semana, a PF prendeu seis pessoas envolvidas na quadrilha que, segundo a investigação, trocou as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne.

Caso goianas presas na Alemanha
Kátyna Baía é personal trainer. Jeanne Paollini, médica veterinária. As duas são casadas há 12 anos, moram em Goiânia e colecionam viagens, mas há um mês elas foram parar em presídio feminino em Frankfurt.

É de onde Jeanne fala com a família: “Nós nunca convivemos nesse ambiente. Dói muito ficar aqui todo dia. Eu acordo e penso: ‘Meu Deus, esse pesadelo ainda não acabou’’.

Segundo a polícia, o pesadelo começou com uma troca de etiquetas no maior aeroporto do país; entenda:

A área de segurança é monitorada por dezenas de câmeras.
Mesmo sendo tão vigiada é um dos locais do Aeroporto Internacional de Guarulhos em que as quadrilhas do tráfico internacional de drogas mais atuam.
De acordo com a polícia, as etiquetas foram colocadas nas malas com drogas atrás de uma pilastra. Um ponto cego da câmera.

A defesa de Kátyna e Jeanne foi à Polícia Federal. O delegado Bruno Gama, da PF de Goiás, disse que a corporação já conseguiu provar a inocência das brasileiras.

A advogada das vítimas na Alemanha Chayane Kuss de Souza contou que a Justiça Alemã quer que as provas cheguem pelo governo brasileiro.

O que dizem os envolvidos:

A concessionária que administra o aeroporto disse que o manuseio das bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas. E que, quando ocorre um incidente, se reúne com autoridades para discutir melhorias nos protocolos de segurança.

A Latam, empresa pela qual Kátyna e Jeanne viajaram, disse apenas que colabora com a investigação e que está em contato com familiares das brasileiras presas.

A defesa de Eduardo dos Santos, um dos presos esta semana, informou que ele não faz parte de qualquer esquema criminoso.

O Fantástico entrou em contato com a família de Pedro Venâncio, que não retornou ligação nem indicou o advogado dele.

A Orbital, empresa que emprega os dois, informa que verifica os antecedentes criminais dos funcionários antes das contratações e que o tráfico de drogas é um problema de segurança pública.

Ao Fantástico, a polícia alemã disse que não estava autorizada a dar informações sobre casos individuais.

O consulado brasileiro em Frankfurt está prestando assistência às famílias.

Fonte: G1

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