sexta-feira, 3 de março de 2023

PEQUENO TRIBUTO A UMA GRANDE MULHER.


Vem de longe nossa relação, do entrelaçamento de nossas famílias. Socorro era casada com nosso primo Joãozinho. Socorro foi aluna da minha mãe e, curiosamente, anos mais tarde, foi professora dela. A minha aproximação com Socorro fez-se maior quando, formado, voltei para Santa Cruz do Capibaribe, a trabalho. Minhas primeiras aulas no Estado foram na Escola José Francelino Aragão, sob a direção de Socorro, e foi ela que articulou para que os minicontratos fossem finalmente transformados em contrato. Foi Socorro que me apresentou a Leila Gorayeb, então diretora do DERE Caruaru, que se tornou minha amiga e é até hoje – foi Leila que me indicou para a Fafica, onde trabalhei por 25 anos.

Depois, na década de 1990, Socorro me chama para a Secretaria de Educação, e fui seu Diretor de Cultura, na gestão Aragãozinho, quando conseguimos construir o prédio do Teatro Municipal. 

Então a professora Socorro Maia está intrinsecamente ligada a minha vida pessoal e profissional. Impossível não sofrer o abalo que sofri com a notícia da sua morte. 

Incontáveis lembranças pululam na minha memória, de momentos e acontecimentos que vivemos, e que serviram para solidificar a admiração enorme que sempre lhe tive.

Socorro Maia foi, antes de tudo, uma mulher forte, de uma personalidade de aço, sem arrodeios para dizer as coisas, com uma disposição assombrosa para realizar o que precisava ser feito. Alguns não se identificavam com seu ritmo frenético de trabalho, sua vontade sempre acesa de estar realizando algo, e tinham para com ela adjetivos pouco elogiosos. Posso dizer, por experiência própria, que, mostrando-se disposição para o trabalho, era por ela acolhido e incentivado, embora jamais paparicado.

Certa vez ela me contou que não compreendia bem suas reações diante de tragédias. E exemplificava: quando o marido falecera, durante todo o velório não derramou uma lágrima – pelo contrário, riu seu riso aberto e farto o tempo todo; quando tudo passou, que se viu sozinha, ela desabou num choro convulso.

Eu não consegui senão ficar triste com mais esta parte importante da minha vida que se esvai. E coloca-la num destacado espaço no panteão das pessoas que me construíram, porque sua participação foi, de fato, decisiva. Repito o que lhe disse tantas vezes: Socorro Maia foi um dos mais basilares pilares da minha construção como gente e como profissional.

Por: Edson Tavares


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