sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Câncer de bexiga: conheça os riscos, sintomas, diagnóstico e tratamento.


Homens brancos e de idade avançada são o grupo com maior probabilidade de desenvolver a doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca)

A cada ano, cerca de 10 mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença afeta mais homens do que mulheres.

Segundo o Inca, homens brancos e de idade avançada são o grupo com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer. O tabagismo pode aumentar o risco e está associado à doença em 50 a 70% dos casos. A exposição a diversas substâncias químicas também está ligada ao desenvolvimento do câncer de bexiga.

A detecção precoce do câncer possibilita maior chance de tratamento.

O empresário e apresentador Roberto Justus foi diagnosticado com câncer de bexiga. Justus revelou que um tumor maligno foi identificado precocemente em exames anuais de rotina e que fará sessões de quimioterapia de maneira preventiva.

Conheça os principais sintomas, os fatores de risco, como é feito o diagnóstico e o tratamento da doença.

Fatores de risco e medidas de prevenção

O câncer de bexiga atinge as células que cobrem o órgão e pode ser classificado em três tipos, de acordo com o Inca:

Carcinoma de células de transição: começa nas células do tecido mais interno da bexiga, representa a maior parte dos casos;

Carcinoma de células escamosas: afeta células que podem surgir no órgão após infecção ou irritação prolongadas;

Adenocarcinoma: se inicia nas células de secreção, que também podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e se espalhar até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num câncer invasivo, que pode ser mais grave. Já os casos em que o câncer se encontra limitado ao tecido que reveste a bexiga, ele é considerado superficial.

A doença apresenta maior probabilidade de desenvolvimento entre homens brancos e de idade avançada.

“Sabemos que homens brancos de idade mais avançada tem uma facilidade maior em desenvolver doenças malignas, e principalmente a questão do câncer.

O cigarro é o principal fator facilitador do câncer de bexiga, ele está em torno de cinquenta a setenta por cento dos diagnósticos de câncer de bexiga”, afirma o médico urologista Fernando Leão, cirurgião robótico do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo e Goiânia.

Além do tabagismo, a exposição a compostos químicos relacionada principalmente ao trabalho, como agricultura, construção, fundição e indústria, também pode favorecer o surgimento desse tipo de câncer.

“Os pacientes tabagistas são extremamente expostos ao risco do câncer. Existem outras situações onde a pessoa está exposta principalmente no seu ambiente de trabalho, como indústrias que trabalham com derivados de petróleo, aminas aromáticas, indústrias do tabaco, metais pesados, alguns agrotóxicos. Então, são situações onde esse subproduto dessa matéria pode estimular o surgimento de câncer de bexiga também”, explica Leão.

As medidas de prevenção incluem evitar fumar e o tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de produtos derivados do tabaco por não fumantes em ambientes fechados. Além de não se expor aos derivados do petróleo, como tintas, por exemplo.

“Os pacientes tabagistas são extremamente expostos ao risco do câncer. Existem outras situações onde a pessoa está exposta principalmente no seu ambiente de trabalho, como indústrias que trabalham com derivados de petróleo, aminas aromáticas, indústrias do tabaco, metais pesados, alguns agrotóxicos.

Então, são situações onde esse subproduto dessa matéria pode estimular o surgimento de câncer de bexiga também”, diz o médico.

Sinais e sintomas do câncer de bexiga

Pacientes com câncer de bexiga podem apresentar sangue na urina, dor durante o ato de urinar, além da necessidade frequente combinada com a dificuldade para urinar.

“A apresentação pode ser de forma assintomática, ou seja, o paciente não tem sintomas nenhum e não tem nenhum sinal de alteração na sua urina ou ele pode abrir o quadro com presença de sangue na urina tendo ou não algum desconforto para urinar”, afirma Leão.

Diagnóstico precoce

A identificação precoce do câncer permite ampliar as chances de tratamentos bem-sucedidos.

A partir de sintomas sugestivos da doença, como dor ao urinar e sangue na urina, os pacientes podem ser submetidos a de testes clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e investigação interna da bexiga por vídeo, podem apontar o diagnóstico do câncer.

O rastreamento, que consiste em exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas, pode ser feito para aqueles que fazem parte de grupos com maior chance de ter a doença.

“Uma vez tendo com a confirmação do diagnóstico de câncer de bexiga através da biópsia histopatológica, esse paciente ele vai ser estagiado, ou seja, nós vamos fazer exames pra poder entender em que nível essa doença está, uma vez sendo uma doença localizada e superficial, ou seja, não pegou toda a espessura da parede da bexiga, ela está nas suas camadas superficiais, esse paciente vai pra uma cirurgia endoscópica que nós chamamos de RTU de lesão da bexiga”, diz o médico.

Como é feito o tratamento da doença

O tratamento varia de acordo com o grau de evolução da doença, podendo contemplar cirurgias, quimioterapia e radioterapia. A probabilidade de cura depende de fatores como a extensão do câncer, a idade e saúde geral do paciente.

Entre as opções de cirurgia, estão procedimentos de remoção do tumor pela uretra, retirada de parte da bexiga ou do órgão como um todo, com posterior construção de uma nova bexiga para armazenamento da urina.

“No caso das doenças avançadas ou localmente avançadas pode-se fazer necessária a retirada parcial ou até mesmo total da bexiga. 

Para que você consiga trazer cura a esse paciente. No caso de uma retirada total da bexiga, criamos um novo reservatório da bexiga usando um segmento, um pedaço de uma alça intestinal. 

É uma cirurgia de um porte muito maior, uma cirurgia um pouco mais agressiva onde esses pacientes com doença avançada faz necessária a retirada da bexiga por completo”, diz o urologista.

A quimioterapia pode ser realizada a partir da ingestão de medicamentos, injetada na veia ou aplicada diretamente na bexiga por um tubo introduzido pela uretra.

Já a radioterapia pode ser indicada em tumores mais agressivos, com o objetivo de buscar preservar a bexiga.

Fontes: Instituto Nacional de Câncer (Inca), Ministério da Saúde

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