domingo, 13 de setembro de 2020

Uso excessivo de telas pode afetar a saúde mental de crianças e adolescentes

  (Pixabay)

Aulas presenciais suspensas, pais em home-office e os filhos cada vez mais imersos no mundo tecnológico. Um cenário bem comum nos lares do mundo todo. Não bastasse fazerem parte da era digital, a pandemia de novo coronavírus acentuou ainda mais proximidade das crianças e adolescentes com as telas. Especialistas advertem que e uso desregrado dos equipamentos pode ser prejudicial não só à visão, mas comprometer também a saúde física e mental das crianças e adolescentes.

O direito a brincar e extravasar deve ser inerente a toda e qualquer criança. Tentar bani-las desse direito com a excessiva exposição às telas é nocivo e pode ter grande repercussão negativa ainda na infância, conforme esclarece o psiquiatra Júlio Gouveia. “Os aplicativos ativam uma região cerebral que está relacionada aos mecanismos de recompensa, ativando mais o nosso corpo para manter-se alerta e acordado. Como a pandemia provocou uma diminuição das atividades físicas, que também estariam envolvidas nesse mecanismo, e um aumento no tempo de uso de telas, os indivíduos tendem a ter maiores alterações no sono e no humor", detalha.

O manual da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta os pais quanto aos riscos à saúde devido à exposição de crianças e adolescentes às telas, internet e redes sociais. A SBP recomenda até uma hora por dia de exposição ao uso de monitores para crianças com idade entre 2 e 5 anos, e duas horas, como o limite máximo, para crianças com idade entre 6 e 10 anos. Já para os adolescentes, com idades entre 11 e 18 anos, a indicação é de, no máximo, 3 horas por dia, incluindo também nesse período o tempo de uso dos videogames.

“Entre os principais sintomas que podem ser causados pelo uso em excesso de telas, estão: irritabilidade, ansiedade e tristeza; dificuldade de atenção; sobrepeso, distúrbios alimentares; sedentarismo e transtornos posturais, entre muitos outros”, explica o médico.

No mundo moderno e digital, as telas são aliadas essenciais para inúmeras tarefas: compras, pagamentos, pesquisas, reuniões virtuais e etc. Os pais, por necessidade ou trabalho, utilizam com frequência a internet por meio de computadores e celulares, e, como todo comportamento dos adultos reverbera diretamente nas atitudes das crianças, esses exemplos também são fatores estimulantes para os pequenos.

Já não é incomum se deparar com crianças e até bebês manuseando telefones, smartphones e tablets, por exemplo. Entretanto, a SBP alerta que é totalmente desaconselhável o uso de telas por bebês com idade até dois anos.

O uso de tecnologias na era digital não deve ser banido, mas é preciso ponderar a utilização para não comprometer o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Ainda segundo Júlio, é importante salientar que a interação virtual não deve substituir os momentos de afeto e convivência social dentro dos lares. “Nesta fase da vida, a região pré-frontal do cérebro, responsável pelo controle e planejamento, está menos desenvolvida, sendo um momento de maior vulnerabilidade para desordens de impulsividade e de compulsões”, finaliza.

Conversar com os filhos e explicar, mesmo que de forma lúdica, dependendo da idade, a situação atual; estimular o uso dos equipamentos em lugares comuns da casa, evitando o isolamento; evitar contato com telas durante as refeições e, pelo menos, uma hora antes de dormir; envolver os filhos nas atividades rotineiras da casa; evitar conteúdos com teor violento; e, por fim, dar o exemplos práticos, são algumas das dicas para tentar se desvencilhar dependência digital.

fonte: /www.diariodepernambuco.com.br


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