quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Dona Petinha: Por Clécio Dias


Quem percorre o "comércio monstruoso" do Moda Center num dia 'imenso" de feira talvez se pergunte espantado: "como começou tudo isso?"

Teve início há mais de 50 anos quando um grupo de mulheres começou a costurar em máquinas rústicas sem que nenhuma delas soubesse que estava dando os primeiros passos para aquela cidade pequena se tornar o maior centro de confecções da América Latina.

Uma delas se chama "Petinha". Uma mulher ousada e criativa, com quase 40 anos à época. Elas balançavam o pé na máquina e traçavam com pedaços de pano coloridos as famosas "colchas de retalhos".

"Petinha" sabe costurar: ela até separa os pedacinhos de pano e vai os conectando tão perfeitamente que as "cobertas" passam a colorir as calçadas das ruas. Elas são artistas do tecido e vão presentear sua cidade com um nome único no mundo: "Capital da Sulanca"!

Não demora muito para as colchas multicores, feitas pelas artesãs da costura, saírem das calçadas quentes para ganharem o mundo!

Daquelas "guerreiras" que deram o pontapé inicial com tanta habilidade, somente ela ainda estava viva, até hoje, como se trouxesse no rosto a expressão eterna da história das costureiras e da cidade delas!

Hoje, Santa Cruz tem a obrigação de despedir-se com grandeza de "Petinha". Mesmo quem não sabia da sua existência e da sua importância para essa cidade...

E o Moda Center, o gigante tão cheio de roupas coloridas, deve se descolorir por três dias, para se vestir de preto, pois a Capital da Sulanca está de LUTO!

Texto de Clécio Dias.

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