sexta-feira, 26 de abril de 2024

DEFENSORIA PÚBLICA DE PERNAMBUCO PROMOVE AÇÃO DE CIDADÂNIA EM SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE.


A Defensoria Pública de Pernambuco realizou nos dias 24 e 25 de abril, quarta e quinta-feira, no Parque Municipal Wellignton Monteiro, na AV. Brasil, nº 196, bairro Nova Santa Cruz, em Santa Cruz do Capibaribe uma grande ação de cidadania.

Foram oferecidos daiversos serviços à população, incluindo orientações jurídicas, proposições de ações judiciais de menor complexidade, alimentos, guarda e orientações de visitas. Além disso, foram fornecidos serviços de encaminhamento para obtenção de segunda via de certidões de nascimento, casamento e óbito, de forma gratuita.

A ação em Santa Cruz do Capibaribe, tcontou com a participação dos defensores públicos: Dijalma Carvalho Costa Júnior, Mathews Augusto Cavalcante Aureliano, Caio César Campos de Oliveira Caldas e Gladston Zanotto Junior.

'Fica nesse chão aí, seu bosta': crianças autistas sofrem abusos em abrigo da prefeitura.


“Me levaram lá pra cima, me amarraram no colchão e ela colocou uma meia na minha boca”, diz Miguel, um menino de 12 anos, em um áudio obtido pelo Intercept Brasil. Ele se refere a duas funcionárias da Casa do Piá 1, abrigo para menores em Curitiba onde passou a morar depois que foi tirado da família por ordem judicial. 

Miguel foi destituído do pai e da mãe porque ambos eram dependentes químicos. Junto dele, na Casa do Piá 1, vivem meninos de 7 a 14 anos com históricos de violência variados. Muitos sofreram abuso sexual ou maus-tratos. Alguns cumprem medidas socioeducativas. Grande parte apresenta transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo. Outros não têm laudo psiquiátrico. 

E, agora que estão sob a tutela do estado, essas crianças e adolescentes também são alvos de violência institucional, mostram áudios, fotos e vídeos, além de relatos, obtidos pelo Intercept.

Atualmente, a Prefeitura de Curitiba possui cinco abrigos institucionais que acolhem meninos de 7 a 17 anos afastados de suas famílias ou responsáveis por ordem da Justiça, geralmente porque sofreram alguma violação de direito que justificasse a destituição do poder familiar. O serviço é administrado pela Fundação de Ação Social, a FAS, órgão da Prefeitura.

As crianças com deficiência costumam ser encaminhadas para a Casa do Piá 1, que atende somente meninos de até 14 anos, muitas vezes em condições precárias. Uma das fotos mostra uma criança dormindo encolhida no chão, devido à superlotação da casa, que tem capacidade para receber 19 menores, mas já chegou a abrigar 23.

Camilla Varella, advogada especializada em direito das pessoas com deficiência, diz que o caso é complexo porque há indícios de violações tanto do Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, quanto da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência . 

“Eu acho que deveria, inclusive, ser denunciado para a ONU, porque está descumprindo absolutamente a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”, argumenta a advogada.

Em entrevista ao Intercept, dois servidores alegam que os problemas são estruturais e se estendem às condições de trabalho nas Casas do Piá. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba afirma que já recebeu diversas denúncias de funcionários desses abrigos, como falta de estrutura, falta de recursos humanos, sobrecarga e assédio. Não à toa, o adoecimento psicológico é uma queixa comum entre os trabalhadores.

‘Fica nesse chão aí, seu bosta’

Em outro áudio obtido pelo Intercept, uma educadora grita com Davi, uma criança autista de 10 anos: “Se faz de maluco! É mais esperto que todo mundo aqui nessa casa. Fica nesse chão aí, seu bosta”. 

O menino apresenta problemas na fala e esboça poucas palavras para se defender. Dois minutos depois, outra funcionária comunica aos colegas que Davi está com a boca machucada: “Ele se jogou no chão aqui e tiveram que levar arrastado”. 

Esta não foi a única vez que Davi se viu em uma situação de risco. Ele foi destituído da família porque o pai e a mãe eram dependentes químicos e estavam em situação de rua. 

Em um vídeo gravado por um funcionário da Casa do Piá 1, Samuel, outro menino autista de 11 anos, dá soquinhos na própria nuca e conta que já viu uma cuidadora bater na cabeça do colega Davi. O Intercept não publicará os materiais para preservar as vítimas.

Pelo fato de não conseguirem contar o que está acontecendo, a tendência é que o abuso aconteça mais vezes.
A diretora de uma das escolas onde Davi estudou enquanto frequentava o abrigo relatou ao Intercept que ele dormia muito durante as aulas – ela tinha a impressão de que o único lugar em que o menino podia descansar era ali. 

A diretora pediu que seu nome e o da escola não fossem divulgados, pois tem medo de prejudicar a imagem da instituição.

Após notar ferimentos no aluno, a diretora tentou dialogar com a Casa do Piá 1. Ao ouvi-la, uma educadora social que trabalhava no abrigo não descartou a possibilidade de que Davi sofresse abusos, pois os funcionários não conseguiam olhar todas as crianças o tempo todo.

A reportagem também obteve fotos de outras duas crianças autistas que vivem na Casa do Piá 1 com ferimentos nas costas. 

A diretora chegou a solicitar o prontuário de Davi, para que ele pudesse ser atendido pela neuropediatra da escola, mas a Fundação de Ação Social se negou a colaborar. Foi quando a escola notificou extrajudicialmente o abrigo, pedindo providências em relação à saúde do aluno. Como resposta, a Casa do Piá 1 transferiu o menino para outra escola.

Não demorou muito para que os professores da próxima escola também começassem a ligar para o abrigo e enviar bilhetes questionando o comportamento de Davi, que alternava entre agressividade e sonolência excessivas.

“É todo um sistema que acaba oprimindo essas crianças e uma hora elas explodem. Elas colocam essa agressividade que elas recebem”, opina um servidor da Fundação de Ação Social que atua na Casa do Piá 1, referindo-se ao quadro de Davi.

A psicóloga Cláudia Sanini, especializada em autismo, explica que os problemas de fala, comunicação e linguagem são característicos de pessoas com transtorno do espectro autista, o que as torna mais suscetíveis a abusos. “Pelo fato de muitas vezes não denunciarem, não conseguirem contar o que está acontecendo, a tendência é que o abuso aconteça mais vezes”, ela diz.

É por isso que o comportamento da criança autista deve ser observado com especial atenção – alguns sinais podem indicar que ela está em risco. “Eles vão emitir uma mensagem de que algo não está bem se desorganizando, ficando mais agressivos, mais arredios”, descreve a especialista.

Crianças machucadas e dormindo no chão: 26 procedimentos de investigação já foram abertos – mas quase todos terminaram arquivados.


Denúncias recorrentes

O Intercept conversou com dois servidores da Fundação de Ação Social sob condição de anonimato. Eles disseram que não receberam treinamento para o atendimento nas Casas do Piá. Além disso, relataram ansiedade e depressão em decorrência da atividade profissional.

Ambos afirmam que já denunciaram os abusos contra menores à coordenação da Casa do Piá 1 e aos órgãos competentes, como o Ministério Público do Paraná e o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, mas sentem medo de tomar outras medidas, porque as retaliações – como transferências para unidades de atendimento da Fundação de Ação Social ainda mais problemáticas e distantes de onde moram – são comuns a quem se opõe ao serviço.

Entre 2021 e 2024, a 2ª Promotoria de Justiça da Criança e do Adolescente de Curitiba, do Ministério Público do Paraná, abriu 26 procedimentos administrativos para apurar denúncias relacionadas às Casas do Piá. Em geral, são descritos maus-tratos praticados por funcionários, violência entre adolescentes, falta de veículos, sobrecarga do serviço e transferência de abrigo como forma de punição ao abrigado.

Desses 26 procedimentos, 10 dizem respeito à Casa do Piá 1 e apenas dois ainda não foram arquivados: um sobre a superlotação da casa e recursos humanos incompatíveis com o número de acolhidos, e outro sobre as providências oriundas da inspeção anual realizada pelo Ministério Público em 12 de março deste ano.

O atual procurador-geral de Justiça do Paraná, Francisco Zanicotti, foi titular da 2ª Promotoria de Justiça da Criança e do Adolescente de Curitiba até março de 2024. Ele explica ao Intercept que o Ministério Público fiscaliza os abrigos e busca resolver os problemas administrativamente, sem encaminhar os casos à justiça, pois a conciliação é mais ágil e a promotoria mantém uma boa relação com a Fundação de Ação Social.

Zanicotti cita um caso ocorrido em 2022, quando o órgão recebeu uma denúncia de maus-tratos contra um menino com autismo abrigado na Casa do Piá 1. A Polícia Civil e a Fundação de Ação Social foram notificadas, e os dois educadores envolvidos no caso foram transferidos para outras unidades da Fundação de Ação Social.

Existe apenas uma ação civil pública relacionada às Casas do Piá em andamento. O caso, por envolver menores, tramita em segredo de justiça desde 2018. 

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Fundação de Ação Social afirmou que “não tem registro de qualquer violência ou maus-tratos contra crianças e adolescentes atendidos em suas unidades de acolhimento institucional”. 

O órgão disse que as Casas do Piá possuem coordenadores que acompanham a rotina de cada unidade e são supervisionadas não só pela Fundação, mas pelo Ministério Público e pelo Conselho Tutelar. 

“Qualquer irregularidade ou falha do serviço que possa ocorrer em uma unidade da FAS é rigorosamente apurada. O fluxo prevê, inicialmente, o levantamento de informações e elaboração de um relatório circunstanciado. Esse documento é então encaminhado para a Comissão Permanente de Sindicância, que tem competência para apuração dos fatos e responsabilização dos atores”, acrescentou.

Fonte: The Intercept Brasil


Brasil tem quase 4 milhões de casos prováveis de dengue.


O Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde contabiliza nesta quinta-feira (25) 3.852.901 casos prováveis de dengue registrados em todo o país nos quatro primeiros meses de 2024. O número representa mais que o dobro de casos prováveis da doença identificados ao longo de todo o ano passado: 1.649.144.

Dados da pasta indicam ainda 1.792 óbitos confirmados por dengue em 2024, além de 2.216 mortes em investigação. O coeficiente de incidência da doença no país, neste momento, é 1.897,4 casos por cada 100 mil habitantes. A letalidade em casos prováveis é 0,05 e a letalidade em casos de dengue grave é 4,43.

A maioria dos casos prováveis segue concentrada na faixa dos 20 aos 29 anos, seguida pelas faixas dos 30 aos 39 anos, dos 40 aos 49 anos e dos 50 aos 59 anos. Já a faixa etária menos atingida é a de crianças menores de 1 ano, seguida por pessoas com 80 anos ou mais e por crianças de 1 a 4 anos.

Minas Gerais ainda responde pelo maior número de casos prováveis de dengue (1.167.056). Em seguida estão São Paulo (927.065), Paraná (391.031) e Distrito Federal (232.899). Já os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (252), Sergipe (3.053), Amapá (4.480) e Rondônia (4.715).

Quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 8.267,4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (5.682,2), Paraná (3.417,1) e Espírito Santo (2.994). Já as unidades federativas com menor coeficiente são Roraima (39,6), Ceará (109,3), Sergipe (138,2) e Maranhão (138,4).

Fonte: Agência Brasil

Bebê é abandonado com escoriações próximo a córrego em Pernambuco; 'mãe' e amiga são presas.


Um bebê foi abandonado com escoriações próximo a um córrego no bairro da Vila da Fábrica, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, na noite desse domingo (21). A mãe e uma amiga foram presas em flagrante.

Segundo a Polícia Militar de Pernambuco (PCPE), agentes do 20º BPM foram acionados para a ocorrência. No local, populares informaram que uma criança estava "desprotegida e sem roupas, sendo segurada por uma senhora".

A corporação disse que a mulher apontada pelos populares foi localizada com o bebê, um menino de nove meses, próximo a um bar da localidade. Ela não soube informar sobre o paradeiro da mãe da criança e nem onde seria possível encontrá-la.

A mulher e o menino foram levados para a Delegacia de Camaragibe. Um conselheiro tutelar da cidade também foi acionado.

Posteriormente, a mãe da criança se apresentou na delegacia e afirmou ter entregue seu filho a tal mulher, e que esta saiu com a criança sem que ela tenha percebido.

A Polícia Civil informou que mãe e amiga, de 40 e 42 anos, foram presas em flagrante por abandono de incapaz após uma delas deixar o bebê próximo a um córrego e a outra ser encontrada com a criança em um bar.

O menino foi encaminhado para um abrigo e passará por exames no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife.

Fonte: Blog Estação Notícias


quinta-feira, 25 de abril de 2024

Morte do cachorro Joca: Lula usa gravata em ‘protesto’ e Janja crítica a Gol.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Janja da Silva, se pronunciaram nesta quarta-feira (24) sobre o caso do cachorro Joca. O animal morreu dentro do avião da companhia Gol na última terça-feira (24), após ser despachado para um aeroporto errado.  

O petista disse que estava usando uma gravata com desenho de cachorro em “solidariedade” e “homenagem” ao animal. Ele ainda cobrou explicações da companhia aérea.

“Eu coloquei essa gravata de manhã, em protesto ao que aconteceu (...) acho que a Gol tem que prestar contas. Acho que a Anac tem que fiscalizar porque a gente não pode permitir que isso aconteça no Brasil”, discursou o presidente durante solenidade no Palácio do Planalto. 

“Então, essa gravata é a nossa homenagem e a nossa solidariedade”, concluiu o petista ao lado de vários ministros do governo. A imprensa não acompanhou a agenda e o trecho da fala dele foi publicado nas redes sociais. 

Quem também usou as redes sociais para falar sobre a morte do cachorro Joca foi a primeira-dama. Ela gravou um vídeo no Instagram ao lado do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. 

Janja disse que ficou “muito abalada” quando soube da notícia e que teria comentado o assunto com o presidente Lula ainda na noite de terça-feira. No vídeo, ela diz que orientou o petista a usar a gravata com desenhos de cachorro. A primeira-dama chamou o caso de “irresponsabilidade” da Gol. Ela, assim como o marido, também prestou solidariedade ao dono do animal, João Fantazzini.

O ministro de Portos e Aeroportos, por sua vez, agradeceu a “solidariedade social” do casal Lula da Silva e disse que estava seguindo orientações de ambos. Ele disse ainda que, ainda na terça-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) oficiou a Gol para que a empresa explique, em até três dias, “objetivamente o que aconteceu”. 

“A orientação da primeira-dama, a orientação do governo é para que a gente possa, em caráter emergencial, buscar regras mais duras, melhorar a governança das próprias companhias áreas para que casos como esses não venham a ocorrer no Brasil, até porque todos nós somos defensores da causa animal”, explicou Silvio Costa Filho ao lado de Janja. 

O ministro de Portos e Aeroportos já tinha se pronunciado anteriormente sobre o caso. Ele chegou a anunciar a criação de um grupo de trabalho dentro da pasta para rever as regras de transporte de animais. O objetivo, segundo disse, é pensar, ao lado da Anac, políticas públicas para o transporte de animais domésticos em aviões.

Como o cachorro Joca morreu no voo da Gol

O cachorro da raça golden retriever tinha 4 anos e viajaria do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, em Mato Grosso, junto do seu dono, João Fantazzini.

Por ser um cão de grande porte, não pode ir junto aos assentos da aeronave e precisou ser despachado numa caixa de transporte, viajando no porão com as malas dos passageiros.

Ao chegar em Mato Grosso, a Gol informou o erro a João. O cachorro não havia viajado no mesmo voo e estava em Fortaleza, cidade 2.082 km distante. O tutor recebeu imagens e vídeos do cachorro no Ceará, com água sendo fornecida pelos funcionários da companhia aérea.

Como Joca passaria por Guarulhos antes de ser enviado para Sinop, o dono dele decidiu voltar para São Paulo para encontrar o animal. Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, João notou que o cachorro estava sem sinais vitais.

Devido ao episódio, a companhia aérea decidiu suspender por 30 dias o transporte de animais domésticos nos voos. 

Fonte: O Tempo

Cadastro de condenados por estupro pode incluir crimes contra criança e adolescente.


O Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Estupro pode passar a incluir também os crimes contra a dignidade sexual de criança e de adolescente.  Proposta com esse objetivo (PL 503/2020) recebeu parecer favorável da Comissão de Direitos Humanos (CDH) e segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O projeto também prevê que qualquer pessoa tenha direito de acesso a esse banco de dados após sentença definitiva.

De acordo com o Código Penal, os crimes contra a dignidade sexual incluem estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude, favorecimento da prostituição, atos sexuais na presença de criança ou adolescente, tráfico de pessoas para fins sexuais, entre outros. O texto aprovado é da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), relatora da proposta apresentada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). 

O projeto original previa apenas o direito de acesso público a informações sobre condenados por crimes contra a liberdade sexual de criança ou adolescente. A relatora, no entanto, apresentou um texto alternativo e defendeu a necessidade de ampliar o alcance da medida. Ela lembrou que, atualmente, já existem diversos cadastros de condenados, coordenados pelo Conselho Nacional de Justiça, e uma lei, aprovada em 2020, que criou o Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Crime de Estupro.

—Dessa maneira, considerando já existir uma lei que cria o cadastro nacional de pessoas condenadas por crime de estupro, o presente projeto de lei será mais efetivo e integral se ampliar o rol da lei existente, para incluir os crimes contra a dignidade sexual com pena de reclusão, previstos no Código Penal, bem como contra crianças e adolescentes, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, além de criar os instrumentos necessários para a funcionalidade do sistema, e ainda, tornar público os dados dos condenados — explicou a senadora.

O projeto altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Estupro. Damares Alves sugere que a proposta legislativa receba o nome de “Lei Meninas Calvi Cardoso”, em memória da mãe e suas três filhas, de 19, 12 e 10 anos, estupradas e assassinadas em novembro de 2023, na cidade de Sorriso (MT).

Informações e acesso
Damares incluiu no ECA um artigo para determinar que qualquer pessoa tenha direito de acesso a banco de dados sobre condenados, após sentença definitiva, por crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. 

Pela proposta, os condenados serão obrigados a manter esse cadastro atualizado durante e após o cumprimento da pena, exceto no caso de ser considerado reabilitado, como prevê o Código Penal. Quem deixar de fornecer as informações estará sujeito a uma pena de um a dois anos, mais multa.

O banco de dados ficará disponível em página na internet e trará informações dos condenados em todo o território nacional, permitindo a realização de pesquisa por código postal ou circunscrição geográfica. Para acessar as informações, a pessoa interessada deverá se registrar na página na internet.

O projeto também altera a lei do Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Estupro, que passa também a tratar dos crimes contra a dignidade sexual de criança e de adolescente e deverá trazer as mesmas regras previstas para o ECA.

Além disso, o texto deixa claro que o usuário deverá ser advertido quanto a eventual responsabilidade criminal, civil e administrativa no uso indevido dos dados acessados.  

Já em relação à vítima, a proposta proíbe o acesso público de qualquer informação que possa identificar a vítima, em especial, quando for criança ou adolescente.

Crimes sexuais

A senadora citou dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontam que os crimes sexuais contra crianças e adolescentes saltaram de 45.076 casos registrados em 2021 para 51.971 casos em 2022, uma alta de 15,3%.

Somados os dois anos, foram quase 41 mil vítimas de 0 a 13 anos, das quais quase 7 mil tinham entre 0 e 4 anos; 11 mil vítimas entre 5 e 9 anos; 22 mil entre 10 e 13 anos; e 11 mil entre 14 e 17 anos. A maioria das vítimas negras é de pretas e pardas, aproximadamente 59% do total.

Quanto à exploração sexual, também houve aumento, passando de 764 casos registrados, em 2021, para 889, em 2022, uma elevação de 16,4%. Já os casos de pornografia infanto-juvenil cresceram de 1.523 casos em 2021 para 1.630 em 2022, um crescimento de 7%.

A CDH é presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Fonte: Agência Senado


CCJ do Senado aprova projeto que amplia cotas raciais para concursos.


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (24), por 16 votos a 10, o projeto de lei (PL) que prorroga por dez anos a política de cotas raciais para concursos públicos e processos seletivos para a administração pública federal, direta e indireta, incluindo fundações públicas e autarquias.

Além disso, o texto aumenta dos atuais 20% para 30% o total das vagas reservadas para cotas raciais, incluindo ainda os grupos dos indígenas e quilombolas. Atualmente, as cotas raciais para concursos alcançam apenas a população negra, que inclui pretos e pardos. A lei de cotas para concursos, que é de 2014, vence dia 9 de junho deste ano.

O projeto deve passar por uma votação suplementar na CCJ do Senado, ainda sem data marcada. Como tem caráter terminativo, se novamente aprovado, o texto segue direto para Câmara dos Deputados, sem precisar passar pelo plenário do Senado. A exceção é se nove senadores apresentarem recursos contra a matéria, o que pode levar o tema ao plenário.

O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), defendeu a necessidade de prorrogar a política de cotas raciais em concursos públicos argumentando que o racismo segue vivo na sociedade brasileira e mundial. Ele destacou ainda que, apesar de ter aumentado, a representação de negros na administração pública ainda é baixa.

“Um negro no serviço público, um negro no Ministério das Relações Exteriores é mais do que simplesmente um funcionário, é uma voz viva de que é possível se superar o racismo, a discriminação e promover um desenho do Brasil no serviço público que retrate o desenho do Brasil na realidade”, argumentou.

Embora pretos e pardos somem 56% da população, eles compõem 40% da administração pública federal. Nas carreiras de nível superior, só há 27,5% de negros. Entre juízes, apenas 14,5%, segundo dados do Observatório do Pessoal do Governo Federal sistematizados pelo Coletivo Maria Firmina de Servidores(as) Públicos Negros(as).

O projeto foi criticado por senadores da oposição. O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), argumentou que as cotas deveriam ser apenas sociais, para pessoas de baixa renda.

“Nós estamos abrindo mão do mérito. Nós estamos abrindo mão da proficiência. Nós estamos abrindo mão da produtividade. Nós precisamos melhorar o nosso sistema educacional”, comentou.

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) também criticou o projeto, argumentando que as cotas raciais deveriam se limitar às universidades e que devem ser provisórias.

“Melhorar a sociedade passa por meritocracia. Se várias pessoas tentaram e se prepararam para um concurso público, e se elas estavam em igualdade de condições, a cor não justifica o privilégio a mais. Porque as cotas têm que ser antes [do concurso]”, disse.

O relator Humberto Costa tentou rebater as críticas ao projeto. Ele lembrou que a questão racial vai além do social. “Quando um jogador de futebol bem-sucedido, rico, um ídolo, é chamado de macaco num jogo de futebol, num país que se pretende desenvolvido cultural e socialmente, esse discurso de que o problema é meramente social, ele cai por terra”, destacou.

Já o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) reforçou que a qualidade do serviço público está resguardada com o projeto porque a cota só vale para quem for aprovado no concurso.

“Ele pode não estar em primeiro do ranking, em segundo, em terceiro. Mas ele passou pelo crivo do concurso público. E não terá o risco, para não ter mal compreendido, de que se está impondo a um cidadão atendimento de segunda categoria”, destacou.

Por outro lado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) argumentou que o projeto divide a sociedade. “As cotas raciais, para mim, elas criam o pior cenário possível. Porque ela admite a discriminação racial para atingir um objetivo político, o que leva a uma situação onde as pessoas não são julgadas pelo que são ou pelo que fazem, mas pela cor de sua pele ou por sua origem étnica”, argumentou.

Modificações
Na semana passada, o relator Humberto Costa acatou uma série de emendas da oposição para aumentar o apoio ao projeto, reduzindo, por exemplo, de 25 para dez ano o prazo de validade da política.

Costa ainda acatou o pedido para excluir o artigo que previa metas de representatividade étnico-racial nos quadros do serviço público, a exemplo da ocupação dos cargos de chefia, que deveria respeitar a proporção populacional dos grupos raciais calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Outras emendas acatadas pelo relator criaram novas regras para verificação da raça do participante do concurso, como a exigência de normas padronizadas nacionalmente, e também mais diretrizes para o combate às fraudes.

Fonte: Agência Brasil

Recém-nascido ainda com cordão umbilical é encontrado morto dentro de balde em banheiro de casa no Recife.


Um recém-nascido ainda com o cordão umbilical foi encontrado morto dentro do banheiro de uma casa localizada no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife, na terça-feira (23). Ele estava dentro de um balde, segundo o conselheiro tutelar Thalles Pitter.

Em nota desta quarta-feira (24), a Polícia Civil informou que:

  • O óbito foi registrado por uma equipe de Força-Tarefa de Homicídios na Capital;
  • Investiga o caso como "morte a esclarecer";
  • "As investigações seguem até o esclarecimento do caso".
  • De acordo com o conselheiro tutelar, uma denúncia de mau-cheiro possibilitou que o corpo do recém-nascido fosse encontrado na residência.

"Chegou uma ligação no Conselho [Tutelar] de uma pessoa que disse que estava dentro de uma casa com mau-cheiro e que, possivelmente, tinha acontecido alguma coisa. Quando cheguei, o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] tinha acabado de levar a genitora da criança e tinha um recém-nascido dentro de casa. Desde quinta-feira que ela não era vista e começou a exalar um mau-cheiro. Os vizinhos perguntavam e ela desconversava, aí começaram a desconfiar", disse Thalles Pitter.

A mulher, que não teve o nome nem a idade divulgados, foi levada para uma unidade de saúde localizada no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.

"Ela saiu em estado grave. Ela foi levada para a [Policlínica e Maternidade] Barros Lima, mas foi transferida para outro hospital. A criança estava num balde, aguardando o IML. O pessoal do IML recolheu o corpo e fizeram a perÍcia no local. A gente vai informar o Judiciário para ver o sepultamento, porque essa criança não tem registro de nascimento", declarou o conselheiro tutelar.

"A perícia que vai dizer se foi aborto espontâneo, provocado, ou se a criança morreu depois de nascer. Mas se sabe que, o que quer que tenha acontecido, aconteceu dentro da casa, porque tinha resto de parto e cordão umbilical na casa", afirmou Thalles Pitter.
Ainda de acordo com o conselheiro tutelar, essa mulher socorrida já foi denunciada à polícia por maus-tratos e violência patrimonial.

"Lembrei de uma história que aconteceu anos atrás com essa mãe. Ela é filha adotiva de uma senhora, e eu recebi uma denúncia de que ela maltratava essa senhora, que foi encontrada toda defecada, sem comida. Ela disse que tinha saído e deixado a senhora sozinha no carnaval, sem alimento. Chamei a policia, que resgatou e a senhora e a família foi na Delegacia do Idoso", relembrou Thalles Pitter.

Fonte: G1


quarta-feira, 24 de abril de 2024

Estudantes BRASILEIROS VENCEM torneio mundial de ROBÓTICA nos EUA.


Alunos do Sesi Araras, no interior de São Paulo, foram campeões no sábado, 20 de abril, do Champion’s Award, torneio mundial de robótica. A competição aconteceu em Houston, nos Estados Unidos e reuniu 160 times de 37 países.

Os brasileiros vencedores competiram na modalidade First Lego League Challenge (FLL) onde estudantes de 9 a 16 anos precisam construir robôs com peças de Lego.

O objetivo do torneio é criar projetos inovadores, que busquem soluções para problemas do dia a dia da sociedade moderna.

Na competição, os robôs devem ser programados para realizar uma série de missões na arena de competição. Além disso, também são avaliados o design, que envolve programação, e conceitos de trabalho em equipe.

O projeto apresentado é um tabuleiro de xadrez inteligente baseado em inclusão e acessibilidade para engajar um maior público na aprendizagem do esporte.

A equipe tem como técnica Ana Paula Carroci da Silva e é formada pelos estudantes Heloísa Moreira Franco, Letícia Rampim, Ana Clara Simionatto, Marcos Lombi Filho, Francisco Di Pietro, Diego Miranda, Matheus Proni, Anna Clara Góes, Davi Consoni, Guilherme Gomes, João Miguel Seltrão e João Pedro Castro.

O segundo lugar na categoria ficou com a equipe, também brasileira, Pardoboots, do Sesi Santa Cruz do Rio Pardo, em São Paulo. Eles também levaram para casa o prêmio Técnico Destaque.

Neste ano, o Brasil teve a maior delegação na competição desde os anos 2000, quando o País passou a competir. Foram 144 alunos de escolas públicas e particulares de 10 Estados.

Fonte: Portal de Prefeitura


Abertas inscrições para prêmio que homenageia trabalho de Conselheiros Tutelares.


A Câmara dos Deputados, por meio da 2ª Secretaria, abriu nesta segunda-feira (22) o prazo de inscrição para a primeira edição do Prêmio Boas Práticas de Conselheiros Tutelares — José Edmilson de Souza.

As indicações podem ser feitas pelos deputados até o próximo dia 3. A escolha dos agraciados será feita por um conselho deliberativo no dia 11 de junho. E a premiação dos vencedores está marcada pata o dia 12 de novembro.

A premiação, instituída pela Resolução 31/22, será realizada anualmente com a concessão de diplomas de menção honrosa a cinco conselheiros tutelares que se destacarem pelas boas práticas em prol de crianças e adolescentes.

Câmara cria prêmio para boas práticas de conselheiros tutelares

Homenagem

O nome do Prêmio homenageia José Edmilson de Souza, conhecido como Professor Edmilson, por ser uma das referências nacionais na luta pelo fortalecimento dos conselhos tutelares.

Além de presidir conferências e militar na área da infância e da juventude por quase 30 anos, ele foi um dos primeiros conselheiros tutelares de Alagoas.

Fonte: Agência Câmara de Notícias


STF autoriza concurso da PM sem limites de vagas para mulheres.


O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o prosseguimento dos concursos para vagas no curso de formação de oficiais e praças da Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC), mas sem qualquer restrição de gênero na concorrência para a totalidade de vagas.

A decisão foi tomada na sessão virtual encerrada em 19 de abril, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7481).

Autora da ação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionou dispositivos da Lei Complementar estadual 587/2013 que estabeleciam o percentual mínimo de 10% de vagas para mulheres em concursos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar catarinenses.

Por sua vez, os editais dos concursos para oficiais e praças da PM, lançados com base na lei estadual, reservaram 20% das vagas para mulheres. Em janeiro deste ano, a ministra Cármen Lúcia (relatora) deferiu liminar para suspender a continuidade dos certames até decisão final do STF.

Em seu voto no mérito, a relatora observou que a legislação catarinense, ao estabelecer percentual mínimo de 10% das vagas nas instituições para mulheres, aparentemente amplia o acesso da população do sexo feminino aos cargos públicos.

Ocorre que a norma permite interpretação que limita e restringe a participação de mulheres nos certames, impedindo que a totalidade das vagas sejam acessíveis a candidatas do sexo feminino.

A relatora destacou que os editais em andamento limitam a participação feminina a 20%, dentro, portanto, do mínimo exigido na lei catarinense.

Mas, a seu ver, esse percentual acaba por fragilizar a participação das mulheres em condições de igualdade , “em claro descompasso constitucional e ofensa ao princípio da igualdade em sua perspectiva de gênero”.

Para a ministra, deve ser afastada da legislação estadual qualquer interpretação que admita restrição de mulheres nos concursos públicos para as corporações militares de Santa Catarina, devendo ser garantida a concorrência em igualdade com os candidatos do sexo masculino para a totalidade das vagas.

Fixado o entendimento sobre o mérito da controvérsia, a ministra votou pela revogação da liminar anteriormente deferida e pela continuidade dos dois concursos sem qualquer restrição em relação ao gênero.

O voto da relatora foi seguido por unanimidade.

Fonte: Portal de Prefeitura

Santa Cruz do Capibaribe recebe o programa Alepe Cuida nesta semana.


A prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe, através da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, recebe nos dias 24 e 25 de abril o Alepe Cuida, programa que fornece diversos serviços de saúde e cidadania de forma gratuita para a população.

Dentre os atendimentos, temos os seguintes:

* Consultas com Ginecologista, Mastologista, Urologista, Nutricionista, Cardiologista e Clínico Geral;
* Eletrocardiograma;
* Odonto;
* Citologia;
* Vacinação;
* Testagem Rápida;
* Ventosaterapia;
* Encaminhamento para 2ª via de Certidão de Nascimento, Casamento e Óbito;
* Encaminhamento para Habilitação para Casamento;
* Orientação Jurídica;
* Propositura de Ação de Menor Complexidade;
* Emissão de Carteira do Idoso, Carteira do Autista e Carteira da Pessoa com Deficiência;
* Agendamento para Emissão de RG;
* Atendimento CadÚnico;
* Entrega do Cordão Girassol;
* Atendimento do Procon.

O evento acontece no Parque Municipal Wellington Monteiro, nos horários das 9h às 12h, e das 13h às 16h.

Agendamento para alguns serviços de saúde

Dentre os serviços oferecidos no evento, alguns devem ser agendados previamente através dos telefones (81) 3183-2424 ou (81) 3183-2026. Os cidadãos podem entrar em contato para realizar seu agendamento e também para esclarecimentos, até as 16h do dia 23 de abril.



terça-feira, 23 de abril de 2024

Dono de imóvel é preso por instalar câmera escondida e gravar cenas íntimas de inquilinos.


A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Anápolis, prendeu um homem, de 36 anos, acusado de registrar e armazenar cenas de nudez de menores de idade. O crime é previsto pelo artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A prisão ocorreu na sexta-feira, 19, quando aparelhos eletrônicos também foram apreendidos e encaminhados para perícia.

Francismar Fernandes da Silva é proprietário de uma residência que havia sido alugada para uma família. Em fevereiro, uma das moradoras da casa, uma adolescente de 16 anos, flagrou o homem dentro do banheiro da residência, que fugiu do local após ser visto. Desconfiada da ação, a adolescente acabou descobrindo uma câmera escondida, instalada na tomada do banheiro.

O local foi periciado pela Polícia Técnico-Científica, que confirmou a existência do equipamento que transmitia em tempo real imagens captadas no banheiro, além de armazenar os arquivos.

De acordo com a Polícia Civil, a câmera ficou instalada por cerca de duas semanas na residência e registrou o momento do banho dos moradores, incluindo crianças e adolescentes.

Segundo o relato da família aos agentes, após ter alugado a casa, Silva simulou que precisava tirar um objeto do local. Nesse mesmo dia, ele pediu para usar o banheiro. A polícia acredita que a câmera escondida foi instalada nessa oportunidade.

Silva é proprietário de uma empresa de energia solar, e por ter acesso ao interior de diversas residências na região, a polícia acredita na possibilidade de mais vítimas.

As autoridades policiais de Goiás divulgaram a imagem do investigado visando a identificação de outras pessoas que possam ter sido alvo de crimes cometidos pelo homem. O Estadão não conseguiu localizar a defesa de Silva.

Fonte: Estadão


Governo facilita crédito e renegocia dívidas de pequenos negócios.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta segunda-feira (22), a medida provisória (MP) que cria o Programa Acredita, um pacote de ações de acesso a crédito e renegociação de dívidas de microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas. Com o objetivo de estimular a geração de emprego e renda e o desenvolvimento econômico, o programa também prevê ampliação de crédito para mulheres empreendedoras e incentivos a investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis.

“Nós precisamos fazer alguma coisa para ajudar as pessoas que têm um pequeno comércio, que têm um pequeno restaurante, um pequeno bar, e que durante a crise [econômica da pandemia] de covid essa pessoa se endividou e não consegue sair dessa dívida”, disse Lula durante a cerimônia no Palácio do Planalto.

“Não tem nada mais imprescindível para uma sociedade, qualquer que seja ela, se desenvolver, se ela não tiver condições de ter oportunidade e se ela não tiver crédito”, afirmou o presidente. “Banco não foi preparado para receber pobre, para receber as pessoas que não chegam de terno e gravata e não chegam bem vestidos. O que nós estamos fazendo é criando as condições para, independentemente da quantidade, da origem social, do tamanho dos negócios, as pessoas tenham o direito de ter acesso ao sistema financeiro e pegar um crédito”, acrescentou Lula.

O incentivo à renegociação de dívidas é inspirado no Desenrola Brasil, programa do Ministério da Fazenda que tem como público-alvo pessoas físicas com o CPF negativado e que foi prorrogado até 20 de maio. Já o Desenrola Pequenos Negócios tem como público-alvo os MEI, as microempresas e as pequenas empresas com faturamento bruto anual até R$ 4,8 milhões e que estão inadimplentes com dívidas bancárias.

Até o fim deste ano, os pequenos empresários poderão renegociar as dívidas que estavam inadimplentes até o dia da publicação da MP, previsto para esta terça-feira (23), na publicação regular do Diário Oficial da União. Por meio do programa, o governo federal vai autorizar que o valor renegociado possa ser contabilizado para a apuração do crédito presumido dos bancos nos exercícios de 2025 a 2029.

“Isso significa que os bancos poderão elevar seu nível de capital para a concessão de empréstimos”, explicou a Presidência. Segundo um comunicado, esse incentivo não gerará gasto extra para o governo este ano. Nos próximos anos, o custo estimado em renúncia fiscal é de R$ 18 milhões em 2025; R$ 3 milhões em 2026 e sem nenhum custo em 2027.

De acordo com dados do Serasa Experian, cerca de 6,3 milhões de micro e pequenas empresas estavam inadimplentes em janeiro de 2024, maior número da série iniciada em 2016.

O Programa Acredita também cria o programa de crédito ProCred 360 destinado a MEI e microempresas com faturamento anual limitado a R$ 360 mil. A iniciativa estabelece condições especiais de taxas e garantias por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil.

Para esse público, o programa oferece juros fixados em Taxa Selic mais 5% ao ano, uma taxa menor que a do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Hoje, a Selic, a taxa básica de juros, está em 10,75% ao ano. Além disso, o programa permite o pagamento de juros no período de carência, “contribuindo para uma melhor organização financeira dos tomadores de crédito”.

Para as empresas de porte médio, com faturamento de até R$ 300 milhões, a medida reduz os custos do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), com 20% de redução do Encargo por Concessão de Garantia (ECG).

Eixos
O Programa Acredita está baseado em quatro eixos principais. O primeiro é o Acredita no Primeiro Passo, política destinada a famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico); os informais; as mulheres que recebem o Bolsa Família; os pequenos produtores rurais que acessam o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); e o apoio ao programa Fomento Rural. Esse eixo será desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado.

O sistema de garantia de crédito será realizado por meio do FGO-Desenrola e terá uma fonte de R$ 500 milhões em recursos para investimentos este ano. O FGO-Desenrola é um instrumento de garantia destinado às instituições financeiras que operam com crédito para regularização de dívidas dos beneficiários do Faixa 1 do Desenrola Brasil.

“Uma importante diretriz do programa de microcrédito é que, pelo menos metade das concessões devem ser destinadas a mulheres”, explicou a Presidência, destacando as dificuldades de acesso ao crédito no Brasil por mulheres. “Apenas 6% das empreendedoras contaram com auxílio de instituições financeiras para abrir seus negócios, e a maioria, o equivalente a 78%, começou a empreender com recursos próprios, segundo o Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas]”, acrescentou.

De acordo com os dados, do total de empreendedoras, 54,9% conciliam as tarefas domésticas e de negócio, sendo um dos fatores apontados por elas que afetam o seu desempenho. Mais de 70% das empreendedoras têm dívidas, sendo que 43% estão com parcelas atrasadas. As mulheres que se enquadram nessa estatística são predominantemente negras, das classes D e E, com faturamento de até R$ 2,5 mil e que empreendem por necessidade.

Em relação ao Cadastro Único, atualmente há cerca de 95 milhões de pessoas inscritas. Entre janeiro de 2018 e junho de 2022, apenas 1 milhão de famílias do CadÚnico tiveram acesso ao microcrédito produtivo. Nesse período, foram feitas 5,6 milhões de operações que totalizaram R$ 32,5 bilhões em transações, com valor médio de R$ 5,74 mil. A taxa de inadimplência entre as pessoas do CadÚnico anual é inferior a 1,7%.

Dívidas e crédito

O segundo eixo do programa é o Acredita no seu Negócio, voltado às empresas por meio do Desenrola Pequenos Negócios e ProCred 360, detalhados anteriormente. Além deles, o Acredita também prevê uma modernização do Pronampe para permitir a renegociação das dívidas e a criação de melhores condições para mulheres empreendedoras. A partir da MP, quem está inadimplente de dívidas do Pronampe poderá renegociá-las com os bancos, mesmo após a honra das garantias, permitindo que estes empresários voltem ao mercado de crédito.

As empresas que tiverem o Selo Mulher Emprega Mais e as que tiverem sócias majoritárias ou sócias administradoras poderão pegar empréstimos maiores, de até 50% do faturamento bruto anual do ano anterior.

Ainda dentro do eixo Acredita no seu Negócio, o Sebrae expandirá as linhas de crédito no âmbito do Fundo de Aval para a Micro e Pequena Empresa (Fampe). Nos próximos três anos, o objetivo é viabilizar mais de R$ 30 bilhões em crédito.

Para isso, o Sebrae capitalizou o fundo, que alcançou um patrimônio líquido de R$ 2 bilhões para serem alavancados para novas operações. A estratégia é ampliar a quantidade de instituições operadoras, sendo os quatro bancos públicos federais, os principais sistemas cooperativistas, as agências e bancos de desenvolvimento regionais e, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os bancos privados.

Crédito imobiliário

Já o eixo Acredita no Crédito Imobiliário visa a criação do mercado secundário para crédito imobiliário. De acordo com o governo, o Brasil apresenta uma baixa oferta de crédito imobiliário, equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto em países de renda média a oferta gira entre 26% a 30% do PIB.

Dessa forma, tendo como público-alvo o mercado imobiliário e setor de construção civil, o programa beneficiará especialmente as famílias de classe média, que não se qualificam para programas habitacionais populares, como o Minha Casa, Minha Vida, mas para quem o financiamento tradicional a taxas de mercado é muito caro. 

Em ocasiões diferentes, o presidente Lula já havia defendido a criação de um programa habitacional que atendesse à classe média.

O papel da Empresa Gestora de Ativos (Emgea) para atuar como securitizadora no mercado imobiliário será expandido com a criação do mercado secundário para crédito imobiliário. 

“Isso permitirá que os bancos possam aumentar as concessões de crédito imobiliário em taxas acessíveis para a classe média, suprindo a queda da captação da poupança. Ao permitir a securitização, os bancos abrem espaço em seus balanços para liberar novos financiamentos imobiliários”, explicou o governo.

A Emgea também poderá revender essas carteiras para o mercado.

Projetos sustentáveis

Por último, o quarto eixo do programa é o Acredita no Brasil Sustentável, que tem como base o Eco Invest Brasil - Proteção Cambial para Investimentos Verdes (PTE). O objetivo é incentivar investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no Brasil.

De acordo com o governo, dada a volatilidade da moeda brasileira, o custo da proteção cambial para prazos mais longos é tão alto que inviabiliza investimentos ecológicos em moeda estrangeira. Com isso, praticamente não existem soluções no mercado nacional para prazos acima de 10 anos. Para suprir essa lacuna, será criado a Proteção Cambial para Investimentos Verdes (PTE).

“A iniciativa visa incentivar investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no país e oferecer soluções de proteção cambial. Deste modo, os riscos associados à volatilidade de câmbio podem ser minorados e não atrapalham negócios que são cruciais à transformação ecológica brasileira”, explicou a Presidência, destacando que o programa não se propõe a interferir no mercado de câmbio e trabalhará para alavancar os recursos já disponíveis no país.

O Eco Invest Brasil tem como parceiros o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Central. O público-alvo são os investidores estrangeiros, as empresas de projetos sustentáveis, o mercado financeiro e as entidades governamentais envolvidas em sustentabilidade. Serão fornecidas linhas de crédito a custo competitivo para financiar parcialmente projetos de investimentos alinhados à transformação ecológica que se utilizem de recursos estrangeiros.

Fonte: Agência Brasil