sábado, 5 de fevereiro de 2022

Escolas de Campinas vão exigir termo de recusa de pais que negarem vacina a crianças e encaminhar ao MP.

As escolas municipais de Campinas (SP) vão exigir um termo de recusa dos pais ou responsáveis que impedirem a vacinação de crianças nas unidades, informou o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) nesta sexta-feira (4). O retorno às aulas presenciais na rede pública municipal ocorre na próxima segunda-feira (7).

Conforme o Devisa, os pais que negarem a imunização terão de enviar o termo de recusa assinado à unidade onde a criança está matriculada. O documento será encaminhado para o Ministério Público (MP) - medida que foi solicitada pela própria instituição - e repassado ao Conselho Tutelar para uma análise dos motivos apresentados para o impedimento.

"A gente teve uma reunião essa semana com o promotor da Vara da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, Secretaria de Educação. A nossa ideia é levar a vacinação para a escola, vacinar as crianças que estiverem nas escolas, e não vacinaremos caso o pai realmente mande um termo de recusa para a escola, que, à pedido do promotor da Infância e Juventude, será enviado ao Conselho para que haja uma análise do motivo dessa recusa, já que não há nenhum risco [na vacina] maior que o benefício", disse a diretora do Devisa, Andrea Von Zuben.

A exceção ocorre nos casos de crianças cujos responsáveis apresentem um laudo médico que impeça a imunização. Este documento também deverá ser encaminhado à escola.

A medida foi detalhada em uma roda de conversa transmitida nas redes sociais do prefeito Dário Saadi (Republicanos). O evento reuniu, além do chefe do Executivo municipal e da diretora do Devisa, demais membros do governo e médicos pediatras para falar sobre a vacinação infantil.

Andrea afirmou, na transmissão, que ainda não há uma data definida para o início da imunização nas escolas municipais, mas os responsáveis serão avisados com antecedência.

O começo da ação será debatido em uma reunião entre o Devisa e a Secretaria da Educação, que definirão em conjunto a logística.

Riscos do retorno presencial

Dario reafirmou, durante a roda de conversa, que o retorno às aulas presenciais nas escolas do município está mantido, apesar do baixo percentual de vacinação de crianças - hoje em 19,8% - também apresentado na transmissão.

Segundo Andrea, os ambientes escolares estão bem adaptados para receber os alunos. A diretora do Devisa mencionou, ainda, que as aulas na rede particular já voltaram de forma presencial e, a partir dessa experiência, não foi observado um aumento expressivo de casos.

“Vamos lembrar que a gente está vivendo, neste momento, uma transmissão altíssima. Um caso pode transmitir para até outros 14. Não dá para ter a ilusão que vamos abrir as escolas e não vamos ter casos de Covid. O problema é a quebra de barreira, ou tirou a máscara, tomou junto, brincou junto", disse.

O Devisa não investiga nenhum surto de Covid-19 em escolas neste momento. Possíveis casos que venham a ocorrer serão investigados e acompanhados pelo departamento.

Cenário preocupante

Ainda na roda de conversa desta sexta, o Devisa apresentou dados que mostram que a média de casos graves da Covid-19 em crianças aumentou 137% em 2022 no comparativo com 2020.

A baixa adesão à vacinação pediátrica também foi abordada. Campinas registra 18,9% de pequenos de 5 a 11 anos imunizados, percentual inferior a municípios como Mauá (SP), Taboão da Serra (SP) e São José do Rio Preto (SP).

Do total de 112.275 pessoas na faixa etária mencionada, 22.187 foram vacinados. Conforme Andrea, o cenário é preocupante e impacta diretamente na volta às aulas.

"A gente esperava, minimamente, ter preenchido todas as nossas vagas [para vacinação de crianças]. A gente já disponibilizou, de 115 mil crianças, se todo mundo tivesse procurado, a gente poderia já ter vacinado muito perto disso, inclusive voltar às aulas com crianças vacinadas com uma ou duas doses", finalizou.

Fonte: G1


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