Outro dia li um texto de Rubens Alves que tinha como título "Curso de Escutatória", o texto comenta como somos o tempo todo estimulados a falar e não a escutar, como se o falar fosse o ato mais sábio. O autor do texto propõe criar um curso de escutatória, mas avalia que não teria muito sucesso, pois é comum o comportamento em nossa sociedade cada um falar mais que o outro.
Diversos são os cursos de oratória, preparar pessoas para falar, isso sim é um sucesso, mas quem está preparado para escutar? ou será que é perda de tempo. Escutar não deve ser confundido com passividade e muito menos com a condição de inferioridade. O exercício da escuta possibilita um conhecimento mais apurado de uma determinada situação, garantindo uma intervenção mais assertiva e apropriada.
Ouvir mais e falar menos isso sim pode ser uma receita de sucesso.
Bom, você pode me perguntar que utilidade tem esse tema para o trabalho do conselho tutelar? Eu responderei: A máquina que move um conselho tutelar é a escuta.
Escutar não é um dom, é um exercício diário daqueles que desejam compreender o outro com tudo aquilo que ele traz, é deixar que o outro perceba que está sendo escutado, aceito e compreendido.
do Livro: Conselho Tutelar, Um Lugar Político e Social de Romero Silva