sábado, 18 de outubro de 2025

Advogados de vereador preso por estupro abordam supostas vítimas.


Advogados do vereador Cássio Fala Pira (PL) entraram na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba, no interior de São Paulo, para abordar mulheres que teriam sido vítimas de crimes sexuais do parlamentar. O caso aconteceu na noite da última terça-feira (14/10).

Os advogados José Osmir Bertazzoni e Jonas Parizotto foram ao local onde estavam as supostas vítimas e testemunhas do processo em que o vereador é investigado. Eles gravaram as mulheres e também foram registrados por algumas delas.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram registradas 10 ocorrências de crimes sexuais contra Pira, que foi preso na última quinta-feira (9). “Os fatos foram registrados e encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil para análise e adoção de medidas cabíveis”, disse a pasta.

De acordo com a delegada Olívia Fonseca, titular da DDM, as mulheres foram até a delegacia para saber como funcionava o procedimento que apura crimes sexuais e buscar orientação, o que cabia à delegacia.

O advogado José Osmir afirmou que havia uma reunião naquele momento para alinhar depoimentos e produzir provas. “Já protocolamos um pedido de providências [para] instauração de processo administrativo em desfavor à delegada por abuso de poder”, disse.

Denúncias contra vereador

A prisão temporária de Cássio Fala Pira foi decretada após sete mulheres denunciarem o parlamentar por crimes sexuais, incluindo importunação e estupro.

As investigações começaram no fim de setembro, depois que uma mulher procurou a polícia para relatar que havia sido assediada dentro do gabinete do parlamentar, no dia 22 daquele mês. Segundo o depoimento, ela buscou Fala Pira em busca de ajuda para conseguir emprego e foi surpreendida quando ele tocou suas partes íntimas e tentou forçar as mãos dela sobre seu corpo.

A denúncia provocou uma onda de novos relatos. Outras seis mulheres procuraram a DDM e formalizaram queixas semelhantes, descrevendo situações de constrangimento, importunação e abuso durante encontros com o vereador

Uma das vítimas contou ter sido estuprada no escritório político do vereador durante o período de campanha eleitoral. Outra jovem, que tinha 19 anos na época, relatou que uma proposta de trabalho acabou se transformando em um episódio de medo e humilhação. Uma terceira mulher afirmou que procurou o Fala Pira para pedir ajuda para o filho autista, mas desistiu após notar o comportamento inadequado e insinuante do político.

Em pronunciamento recente na Câmara Municipal, o vereador negou todas as acusações, afirmou ser inocente e disse não ter motivos para fugir das investigações. A defesa do parlamentar afirma que ele é inocente.

Fonte: Metrópoles

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