A família do adolescente que denunciou um conselheiro tutelar por assédio sexual a um adolescente em Murici, interior de Alagoas, diz que está sofrendo ameaças. Em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (3), o tio do jovem disse que teme represálias.
"Ele é influente na cidade, tem familiar com cargo de confiança na prefeitura, postou foto com a promotora da Ministério Público elogiando ele um dia após a denúncia ter sido feita. Não é à toa que ele está no cargo há 20 anos", disse o tio, que preferiu não se identificar.
De acordo com a denúncia, o homem teria feito uma proposta para ter relações sexuais com o jovem em troca de dinheiro. O conselheiro, que não teve o nome divulgado, trabalhava como coordenador pedagógico na escola onde o adolescente estuda. Após a denúncia, ele foi afastado do cargo de coordenador.
Mas, segundo a família, apesar de a denúncia ter sido feita também ao Conselho Tutelar, o conselheiro segue exercendo a função de conselheiro na cidade. A Associação de Conselheiros Tutelares de Alagoas confirmou que ele não foi afastado do cargo de conselheiro e disse que aguarda as investigações.
"Depois que denunciamos o caso à Seduc a raiva dele foi tão grande que ele passou a perseguir todos da família. Procurando, inclusive, saber informação de familiares que têm criança menor", afirmou o tio.
O g1 entrou contato com o Conselho Tutelar de Murici, mas as ligações não foram atendidas.
A reportagem também procurou o Ministério Público de Alagoas para saber se a promotora que aparece na postagem com o conselheiro será a mesma que ficará com o caso. Através da assessoria, a promotora informou que não tinha conhecimento das denúncias quando a foto foi feita. Ela disse ainda que não tem relação de amizade com o conselheiro e que o caso ainda não chegou na promotoria.
O adolescente, que teve a identidade preservada, relatou que que passou a ser ameaçado pelo conselheiro depois que recusou as investidas.
"Ele me encarava e conversava comigo e começava com aqueles papinhos. Assim que eu larguei, cheguei em casa e fui mexer no celular e tinha uma solicitação para segui-lo de de volta. Quando eu penso que não, ele começou a dar em cima de mim", afirma o rapaz.
A família enviou à polícia áudios e prints da conversa do conselheiro com o estudante pelo Instagram, onde o conselheiro convida o adolescente para ir a sua casa e diz que paga bem.
Fonte: G1
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