domingo, 23 de junho de 2024

Busca por ABORTO resultante de ESTUPRO CRESCE no Hospital da Mulher do Recife.


Em 2024, até 18 de junho, o Hospital da Mulher do Recife, referência para mulheres e pessoas com útero, realizou 62 procedimentos de aborto legal de gestações resultantes de estupro através do Centro Sony Santos, especializado no atendimento às vítimas de violência.

Este número já se aproxima dos 67 abortamentos realizados em 2022 e é esperado superar os 88 casos registrados em 2023.

As estatísticas refletem o aumento dos casos de estupro no país. Segundo um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma menina ou mulher foi vítima de estupro a cada oito minutos durante o primeiro semestre do ano passado no Brasil. Esse é o maior número registrado desde 2019, quando a série histórica teve início.

“O aumento da violência sexual automaticamente aumenta o número de pessoas que engravidam em decorrência dessa violência”, correlaciona a coordenadora do Centro Sony Santos, a médica Eduarda Pontual.

O Sony Santos é um serviço operacional 24 horas por dia, destinado a atender mulheres cis, trans e homens trans com útero a partir dos dez anos de idade que tenham sido vítimas de violência física, sexual e/ou psicológica, independente de sua localização no país.

A equipe multiprofissional do serviço inclui médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, e não requer agendamento prévio para o atendimento. Por outro lado, o Hospital da Mulher do Recife é um órgão da prefeitura da cidade, estabelecido em 2016 no bairro do Curado.

Durante seu funcionamento, o centro realizou um total de 408 procedimentos de aborto legal, conforme estabelecido por lei, quando a gravidez resultou de violência sexual.

No período de 2023 a 2024, foram registrados 150 casos, dos quais 11 envolviam meninas de 10 a 19 anos, 95 pessoas de 20 a 29 anos e 44 de 30 a 59 anos. Desses 150 registros, 121 indivíduos se identificaram como pardos, 22 como brancos e sete como pretos.

O “PL do estupro”, desencadeou protestos em todo o Brasil. Em resposta à pressão popular, o presidente da Câmara dos Deputados anunciou que a proposta será analisada apenas no segundo semestre por uma comissão colaborativa.

Fonte: Portal de Prefeitura

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