quinta-feira, 16 de março de 2023

Polícia encontra crianças amarradas e nuas em adega.


O dono de uma adega, dois funcionários e um adolescente foram detidos em flagrante pela Polícia Civil suspeitos de torturarem três crianças, na noite da segunda-feira, 13 de março, no Centro de São Paulo.

Segundo os agentes, os garotos gritavam “socorro” dentro da Adega Timbiras. Quando entraram, viram que as crianças estavam presas por fitas de nylon, unidas entre si e sem roupas.

Ao serem ouvidas pela investigação, as vítimas contaram que os dois funcionários, de 22 e 24 anos, e o adolescente, de 16, as levaram para os fundos do estabelecimento.

Os garotos teriam feito uma brincadeira com o proprietário do comércio, de 20 anos, que não gostou. Por vingança, os funcionários e o adolescente, que seria parente do dono, decidiram punir os três meninos, que foram pegos e levados para os fundos do estabelecimento.

Lá dentro da adega, segundo as crianças disseram à polícia, elas foram obrigadas a ficar peladas, urinarem juntas e passarem o órgão genital uma na outra. Disseram ainda que foram agredidas.

“Ele [um dos investigados] falou ‘tira a roupa agora’. Aí eu não queria, mas eu tinha que tirar. Me bateram. Ele amarrou a gente numa fita. Aí a gente ficou nós dois grudados”, falou um dos meninos torturados.

O caso foi registrado como tortura e ato infracional no 2º Distrito Policial (DP), Bom Retiro. Todos os envolvidos foram levados para a delegacia. A investigação será feita pelo 3º DP, Campos Elíseos.

A mãe de uma das crianças contou que estava trabalhando quando foi chamada pela polícia para ir ao DP.

“Meu filho tava amarrado, nu, numa adega. Foi assim que eu recebi a notícia. Nada justifica isso. Ele [dono] pegou bem pesado, sendo covarde com criança”, disse a mulher.

Segundo o boletim de ocorrência do caso, os dois funcionários foram presos e indiciados por tortura por participarem diretamente da ação contra os meninos.

O adolescente que também os torturou foi apreendido para cumprir medidas socioeducativas na Fundação Casa.

O dono da adega pagou a fiança de R$ 1,5 mil sugerida pela polícia para responder solto pelo crime de omissão diante da tortura. Segundo a investigação, ele não participou diretamente das agressões às crianças, mas foi conivente por não tê-las impedido.

O advogado do proprietário alegou à reportagem que as crianças foram despidas e amarradas porque tudo “não passava de uma brincadeira”.

Fonte: G1


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