segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Menino de 13 anos é torturado em comunidade católica.


As imagens feitas em uma comunidade católica, na zona rural de Caruaru, no agreste pernambucano, mostram um adolescente de 13 anos com o pescoço e as mãos amarradas, enquanto é molhado constantemente e forçado a chupar limão com sal.

Em outro momento, o garoto é obrigado a tomar café e, em seguida, é atingido com a bebida quente no rosto. De acordo com informações que chegaram ao Conselho Tutelar, outros jovens também teriam passado pelo mesmo tipo de “teste” para entrar na comunidade denominada “Família Restaurada”.

“O que viralizou é extremamente perturbador e, pasmem, em entrevista informal com os líderes, aquilo ali era uma normalidade, era um dia a dia, como se fosse um parque de diversões para eles”, relata o conselheiro tutelar Josué Ferreira.

A advogada da vítima afirma que o menino não é o primeiro a sofrer esse tipo de violência na família. “Chegou até mim a informação de que esse menor foi torturado nessa comunidade católica. Apuraram que até o sobrinho da vítima passou por esse rito de iniciação. Mas, enfim, tortura”, conta Marcly Lima.

A mãe do adolescente ficou chocada quando viu o vídeo. Ela disse que conhece os 4 membros da comunidade que aparecem nas imagens, mas que não sabia o que ocorria lá dentro.

“Ele pediu para ir, achei normal, por ser uma igreja e por conhecer as pessoas. Não sabia, nunca tive acesso a esse vídeo. Quando eu tive acesso agora, essa semana, fiquei horrorizada”, afirma a mãe, que prefere não se identificar.

O vídeo foi gravado em dezembro, porém, só agora foi compartilhado e encaminhado para a polícia e o Ministério Público. Quatro integrantes da comunidade católica foram intimados e, segundo a defesa, já admitiram ao Conselho Tutelar que se excederam no que consideram uma “brincadeira”.

“Eles assumem a autoria do vídeo. Realmente, foi uma brincadeira, que se excederam, mas foi uma brincadeira na qual perderam o limitem e acabou em uma tragédia dessa”, pondera o advogado dos suspeitos, Wagner Ramos.

Em nota, a assessoria da Diocese de Caruaru informa que tomou conhecimento do caso e que o está investigando, e garante que a Igreja Católica não tem qualquer envolvimento.

A mãe lembra que, para o menino, o trauma da violência ainda não terminou: “eu estou indignada, eu estou revoltada, eu estou doente com tudo isso. Não tenho nem como falar, para dizer o que estou sentindo dentro de mim. Porque, agora, minha sensação é só de revolta.

Fonte: Blog SCC 10

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