As crianças de 3 e 7 anos resgatadas em situação de maus-tratos na última quarta-feira (7) em Feijó, interior do Acre, voltaram a ficar sob os cuidados da mãe, que é suspeita do crime. As vítimas foram entregues para uma tia, indicada pelo advogado da suspeita, e retiradas do local na quinta (8) após a mãe ameaçar a parente.
As informações foram repassadas ao g1 pelo Conselho Tutelar da cidade. O conselheiro Adiones Silva disse que soube que a mãe tinha pegado as crianças após voltar de uma viagem a trabalho, mas que aguardava a prisão da mulher para agir.
Ao saber que a mulher segue solta e com as crianças, ele garantiu que uma equipe irá até a casa da suspeita ainda neste sábado (10) para pegar as crianças novamente.
"Essa tia é irmã do pai verdadeiro das crianças. Eu levei as crianças até esse local, deixei lá e tive que sair da cidade para atender outra situação de maus-tratos fora. Quando retornei soube da notícia que ela [suspeita] foi nessa casa, fez toda uma ameaça. A mulher ficou com medo e entregou", contou o conselheiro.
Silva destacou que, no dia seguinte, nessa sexta, fez um ofício informando a situação à Polícia Civil. "Quando a gente retira temos que ter um abrigo, o que não temos aqui em Feijó. Como ela não foi presa, vamos ter que retirar mesmo as crianças e colocar sob os cuidados de uma equipe do Creas, que é referência de assistência social", reafirmou.
O conselheiro também garantiu que vai informar o Ministério Público Estadual (MP-AC) sobre o caso. "Vou acionar o Creas porque não pode. Se eu estivesse na cidade ela não teria pegado as crianças. Eu recebi outras crianças dela e essa não foi a primeira vez", lamentou.
O delegado da cidade, Railson Ferreira, falou que foi informado da situação e acompanha o trabalho do Conselho Tutelar neste sábado. O advogado de defesa da mãe, Maxsuel Souza Aguiar, disse que não há uma Decisão proibindo a genitora de ficar com seus filhos.
“Se houver alguma decisão judicial nesse sentido será cumprida sem nenhuma restrição. Em relação às agressões, quero destacar que a genitora está passando por problemas psicológicos e no momento dos fatos havia ingerido uma quantidade maior de medicamentos que o recomendado”, justificou.
Suspeita de homicídios
Conforme a Polícia Civil, a mulher estava presa, suspeita de participação em dois homicídios nos anos de 2021 e 2022, mas recentemente foi posta em liberdade provisória para poder cuidar dos filhos.
Entre os homicídios estão do adolescente José Evlair Felix de Araújo, de 14 anos, que foi morto com mais de 15 terçadadas em agosto do ano passado. Na época, a polícia informou que ele foi entregue pela tia para ser morto pelo “tribunal do crime”. A outra morte que a mulher é suspeita é de Leidiane de Oliveira Barroso, no dia 6 de março deste ano.
Fonte: G1
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