terça-feira, 15 de novembro de 2022

Mortes relacionadas ao consumo de ultraprocessados chegam a 57 mil por ano no Brasil, aponta estudo; entenda.


Estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que as mortes prematuras relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados chegam a 57 mil por ano no Brasil. Isso corresponde a cerca de 10% dos óbitos de pessoas de 30 a 69 anos registrados em 2019, ano destacado para análise.

Como alternativas para mudar essa realidade, especialistas destacam a importância de trabalhar políticas públicas para tornar os alimentos saudáveis mais acessíveis para a população. Recomendam ainda que os consumidores priorizem alimentos orgânicos e que observem os valores nutricionais nas embalagens antes de comprar comida.

Há um mês, entrou em vigor no País a nova rotulagem de alimentos, para identificar produtos com alto teor de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.

Os resultados do estudo, que foram divulgados nesta segunda-feira, 7, em artigo publicado no American Journal of Preventive Medicine, indicam que 57 mil das mortes ocorridas em 2019 são atribuíveis ao consumo de alimentos ultraprocessados. O número corresponde a 10,5% do total de óbitos de pessoas entre 30 e 69 anos ocorridas naquele ano (541,3 mil) e a 21,8% das vítimas das chamadas doenças crônicas não transmissíveis (261,1 mil).

Entre as mortes relacionadas à má alimentação, destacam-se principalmente as que se dão por infarto e AVC (acidente vascular cerebral), explica o pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo Eduardo Nilson, que liderou o estudo.

Isso porque, continua, ambas estão diretamente ligadas a problemas como hipertensão. “Mas tem também a questão do diabete, da obesidade, da doença renal crônica”, exemplifica.

As descobertas do estudo foram fruto de uma análise aprofundada, feita ao longo de todo este ano, de informações do último ano pré-pandemia. O período foi escolhido por conta da solidez dos dados para modelagem, mas a avaliação dos pesquisadores é que, ao longo dos anos seguintes, deve ter se mantido padrão semelhante ou até pior.

“O risco em si não muda ao longo do tempo, o que vai mudar é o que a gente chama de exposição, que é o quanto aquele fator de risco está afetando a população”, explica Nilson. “Isso vai ser representado pelo tanto de alimentos ultraprocessados que se consome, e a gente sabe que vem havendo um aumento do consumo nas últimas décadas.”

Fonte: Expresso do Sertão

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