domingo, 2 de outubro de 2022

Mãe que matou as filhas tinha intenção de cometer o crime meses antes e tentou comprar arma para ‘facilitar’, diz polícia.


Em depoimento à Polícia Civil, Izadora Alves de Faria, de 30 anos, contou que há algum tempo já tinha intenção de matar as filhas Maria Alice, de 6, e Lavínia Souza, de 10, em Edéia, no sul de Goiás. De acordo com o delegado Daniel Moura, a mulher tentou comprar uma arma de fogo para cometer o crime.

“Com arma de fogo, segundo ela, ela cometeria os homicídios e tiraria a própria vida de forma mais rápida. Facilitaria [o crime], nesse sentido”, relatou Daniel.

O g1 não conseguiu contato com a defesa de Izadora até a última atualização desta reportagem. O Tribunal de Justiça de Goiás informou que não há um advogado habilitado no processo. A Defensoria Pública disse que também não atua na defesa da mulher.

Izadora prestou depoimento e foi encaminhada ao presídio de Israelândia na última quarta-feira (28), horas depois do crime. Ao delegado, a mulher disse que envenenou, tentou eletrocutar as meninas dentro de uma caixa d'água com fios elétricos e, em seguida, afogou e esfaqueou as crianças para garantir que elas tinham morrido.


Em uma publicação feita no dia 27 de julho deste ano em uma rede social, Izadora compartilhou a foto de um laudo psicológico que a considerou apta para manuseio de arma de fogo. No dia seguinte, a mulher postou a captura de tela de um aplicativo que mostrava mensagens com despachantes de armas de fogo.

O g1 tentou contato com a psicóloga que assinou o laudo, por mensagem e ligação às 8h49 desta sexta-feira (30), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

O delegado Daniel Moura explicou que Izadora não chegou a ter acesso à arma, mas a polícia vai ouvir novas testemunhas para esclarecer porque ela não conseguiu ter a posse. Questionada, a mulher teria falado que tinha a intenção de matar, mas não disse desde quando e como surgiu esse pensamento.

Cena bárbara
O pai das crianças disse à polícia que achou as filhas mortas debaixo de um cobertor quando chegou em casa para almoçar. Segundo o delegado, ele disse que saiu para trabalhar pela manhã e estranhou quando voltou e encontrou o portão trancado. Logo depois, ele viu vestígios de sangue e achou as meninas em um colchão.

"O pai estranhou, porque ele sempre deixa o portão aberto. Ele chamou pela esposa, ninguém respondeu. Quando ele abriu, ele viu que tinha um colchão com cobertor na área da frente. Quando ele tirou o cobertor, ele viu que as duas filhas estavam mortas", disse o delegado.

Crime e prisão


Izadora foi achada com a ajuda de cães farejadores, por volta de 21h de terça-feira (27), em um matagal próximo à casa (assista acima). Segundo o delegado, ela tinha sinais de ferimentos que indicam que ela tentou suicídio. A prisão em flagrante foi feita, e ela foi levada para um hospital, onde ficou escoltada e teve alta na manhã de quarta-feira, quando prestou depoimento à polícia.

"Ela confessou o crime, o modo como ela matou as crianças. Segundo ela, de início, ela tentou dar veneno, mas como ela viu que não iria funcionar, ela levou as crianças para uma caixa d'água, que fica em frente à casa, e tentou eletrocutar as crianças com uma extensão ligada à rede elétrica. Como ela viu que não ia dar certo, ela desligou a extensão e foi lá na caixa d'água e afogou as crianças", disse.

"Quando as crianças estavam desacordadas, ela tirou as duas da caixa d'água e as colocou num colchão. Para certificar que tinha matado elas, ela deu um golpe de arma branca", completou o investigador.

Izadora passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida para preventiva. A decisão do juiz Hermes Pereira Vidigal avalia, com base nos depoimentos, que Izadora agiu de forma “fria, repugnante e cruel” e que ela oferece risco se permanecer em liberdade.

O delegado completou que ela pode responder por duplo homicídio qualificado, com aumento de pena pelo fato de as vítimas serem menores de 14 anos e serem filhas dela.

Se condenada, Daniel explicou que Izadora pode pegar até 100 anos de prisão. O crime chocou moradores de Edéia e, inclusive, os policiais que trabalharam no caso.

Fonte: G1

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