segunda-feira, 9 de maio de 2022

Cresce o número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes; saiba como a escola pode ajudar.


As denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil mais do que dobraram comparado ao começo da pandemia. E esse aumento de denúncias está relacionado a volta às aulas presenciais. Entre janeiro e abril deste ano, foram 4.486, mais que o dobro das denúncias no mesmo período de 2020, quando começou a pandemia.

O Bom Dia Brasil traz um levantamento exclusivo que mostra que esse aumento de denúncias está relacionado a volta às aulas presenciais.

As meninas são as principais vítimas.

Até abril deste ano, foram mais de quatro mil denúncias. Contra 790 envolvendo meninos. Mais da metade dos agressores identificados vive na mesma casa das vítimas: padrasto, madrasta, pai e mãe.

O aumento do número de denuncias de violência contra crianças e adolescentes este ano está relacionado com a volta às aulas presenciais. Isso porque, muitas vezes, é no ambiente escolar que o professor percebe uma mudança no comportamento do aluno e a escola aciona o conselho tutelar.

Em uma escola integral, no Distrito Federal, o número de casos suspeitos aumentou - são dois ou três toda semana.

A vice-diretora explica que, ao observar um comportamento estranho no aluno, a escola primeiro tenta falar com alguém da família, quando a suspeita persiste, levam o caso ao Conselho Tutelar. Os sintomas já são bem conhecidos.

"Uma fala mais agressiva, uma explosão que ele evidencia, um choro um pouco mais descontrolado. As situações de conflito, as respostas que ele dá, a apatia na realização das atividades", diz Juliana Ribeiro- vice-diretora.

A ministra da Mulher e Direitos Humanos lembra que não dá pra se omitir em relação a esse tipo de crime e que o denunciante não precisa ter medo de ser identificado pelo abusador.

"O vizinho tem que saber disso, um terceiro tem que saber disso, o professor, inclusive nós temos um canal específico somente para denúncia no caso de um educador", diz a ministra Cristiane Britto.

Para o Unicef, o Brasil tem uma boa legislação de combate a violência contra crianças, mas em muitos locais a lei que garante os direitos das vítimas ainda não foi totalmente colocada em prática . "Tem um trabalho muito grande a ser feito para garantir que os serviços tenham recursos humanos, financeiros, físicos para oferecer esse tipo de atendimento", diz Danilo Moura, oficial de Monitoramento e Avaliação- Unicef Brasil.

Segundo o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, o relato dos professores é tão importante que eles têm um número de telefone específico para mandar as denúncias, o 1510. Além do disque 100, também existem outros canais para a denúncia de casos suspeitos ou flagrantes.

Como o numero de WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (61) 99656- 5008, para onde é possível mandar mensagens e também áudios ou fotos.

Fonte: G1

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