quinta-feira, 24 de março de 2022

Sedes do Conselho Tutelar em SP têm infiltrações, mofo e equipamentos sucateados.


Conselheiros tutelares da cidade de São Paulo, que atendem semanalmente dezenas de denúncias sobre maus-tratos contra crianças, reclamam da precarização das sedes de trabalho.

Nas salas do Conselho Tutelar de Capela do Socorro, na Zona Sul da capital paulista, a água escorre pelas paredes e pelo teto e o chão fica encharcado após uma chuva forte.

Imagens gravadas na semana passada após um temporal mostram sacos plásticos protegendo, de maneira improvisada, os computadores novos, recentemente instalados.

"A gente tem um problema aqui que é infiltração. Começa lá fora mesmo, no corredor a gente tem problema com isso, parece uma cachoeira, fica minando água. A gente tem vazamento das laterais, da porta, por trás, janela, telhado", diz o conselheiro José Lenilson Silva.

O banheiro é usado por quem vem procurar atendimento, mas também serve de depósito de material de construção. O outro banheiro do imóvel também virou depósito.

"A mesma empresa contratou as meninas [da limpeza] para trabalhar em 5, 4 conselhos diferentes, então não dá conta. Hoje mesmo não veio ninguém da limpeza. Esse prédio aqui é emprestado", diz o conselheiro Marcelo dos Santos.

No Conselho Tutelar do Grajaú, também na Zona Sul, houve pintura recente da fachada, mas a sala de reunião acumula equipamentos quebrados.

"Faz mais de ano que nós pedimos essas mudanças, mas não acontece. Pedimos para cobrir aqui atrás porque já entraram pessoas, já roubaram aqui. Nunca foi feita essa grade", diz o conselheiro Francisco Costa dos Santos.

Já em Parelheiros, não há equipamentos suficientes. "Tem um computador funcionando. Na verdade, um que acessa a internet, que é o meu, da primeira sala. Os outros estão com problemas", diz Taís Fernandes.

No total, a cidade de São Paulo possui 52 Conselhos Tutelares espalhados pelas regiões. Em Ermelino Matarazo, na Zona Leste, há pilhas de papéis mofados e sujos. Além disso, não há privacidade nas salas para o atendimento das vítimas.

"A criança está contando um relato pra nós aqui, e tem outra pessoa com um outro conselheiro atendendo e acaba ouvindo por conta da privacidade que não temos", diz Sandro de Carvalho Santos.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que todos os casos mostrados na reportagem estão mapeados e já foram adotadas medidas por parte da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

Fonte: G1



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