domingo, 5 de dezembro de 2021

Um assediador, com uma Bíblia, é mais nocivo que um bandido com uma arma. Por: César Moisés


Este é um assunto delicado, indigesto, mas que a igreja evangélica brasileira terá de encarar cedo ou tarde.

Nos últimos tempos ele tem vindo à baila nos EUA e os estragos não são pequenos. Não me refiro aos “prejuízos institucionais”, que parece ser a única preocupação dos que encobrem a prática em seus quadros, mas sim as vítimas. São crianças, jovens (moças e rapazes), pessoas adultas etc., que se encontram destruídas por conta da impunidade e da mentira.

O estereótipo hollywoodiano de que o assediador, abusador, estuprador, é alguém “feio” que vive em becos escuros e com uma arma em punho, precisa ser afastado de entre nós. Há abusadores, pedófilos, assediadores e estupradores em posições de liderança na igreja evangélica brasileira e, lamentavelmente, em nome da preservação institucional (cujos interesses não são a “obra de Deus” e sim a perda de membresia e, consequentemente, a queda na arrecadação) são acobertados e continuam fazendo vítimas, pois cantam, pregam, ensinam, publicam e se apresentam por aí “acima de quaisquer suspeitas”.

É preciso coragem para denunciar e tirar de circulação pessoas capazes das piores atrocidades, mas que se escondem atrás de linguajar piedoso, “defesa da Bíblia e da sã doutrina”, que se passam por “homens de Deus” — mas que de Deus não têm absolutamente nada — e estão à vontade nos púlpitos das igrejas e ocupando espaços institucionais. Isso inibe as vítimas, pois sabem que indivíduos assim não despertam suspeita.

É bom lembrar que os que acobertam crimes assim tornam-se cúmplices e podem — e devem responder — igualmente ao criminoso que os cometem.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

Por: César Moisés  
ATENÇÃO: O post é sobre crime, não simplesmente pecado.







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