A obrigatoriedade de presença dos alunos da rede estadual nas
escolas, a partir de segunda-feira, 2 de agosto, definida pela SED
(Secretaria de Estado de Educação),
se baseia na necessidade de controle sobre os motivos que fazem os
alunos continuarem em casa durante a pandemia, justifica o governo.
Assim, pais podem até justificar o motivo sem um atestado médico, mas a
explicação será avaliada pela escola.
Pesou
ainda, segundo a secretaria, a lei. O ECA (Estatuto da Criança e
Adolescente) estabelece a presença de crianças de 6 a 14 anos na escola, e caso algum estudante não compareça, é dever da unidade escolar saber a razão, não bastando esta, ser o medo da covid-19.
O
superintendente de assuntos educacionais da SED, Hélio Daher, afirma
que a justificativa
que os pais apresentarem deve ser embasada em
quesitos comprováveis e que possam ser acompanhados pela unidade
escolar.
Ele explica que há casos, por exemplo, de crianças e
adolescentes que começaram a trabalhar, mesmo que informalmente, para
ajudar em casa. “Temos que saber se o estudante
está trabalhando ou enfrentando alguma outra vulnerabilidade”,
destacou, enfatizando que a gestão escolar deverá se aprofundar nos
motivos apresentados para que o aluno não compareça. “A escola vai analisar a situação”.
Como exemplo, ele cita que não vai bastar justificar o risco de contágio por covid sem que o estudante
ou alguém da família tenham comorbidades, o que deverá ser comprovado
em laudo. “Muitas vezes, algum familiar tem uma hipertensão leve e a
família acredita que esta seja razão para não mandar o filho. É
importante ter o laudo”, assenta.
Para Daher, é preciso analisar que nas primeiras semanas ou meses
haverá pais que não vão desejar levar os filhos, pelo motivo da
pandemia, “mas queremos mostrar que as escolas estão se preparando há
meses para receber os estudantes, e as famílias podem confiar que os
alunos estarão na escola e seguros”.
Enquete sobre o tema, proposta ontem pelo Campo Grande News,
acabou tecnicamente em empate. Com diferença de apenas um ponto
percentual, maior parte dos leitores (51%) que responderam, avaliam
negativamente a decisão do governo de Mato Grosso do Sul de obrigar o
retorno às aulas presenciais da REE (Rede Estadual de Ensino).
Quando
essa decisão foi anunciada, em coletiva feita na terça-feira (27),
muitas pessoas questionaram a falta de vacinação de adolescentes.
Conforme já noticiado, esse processo só deve acontecer quando todos os adultos tiverem tomado, ao menos, a primeira dose do imunizante.
A
leitora Sonia Okino acredita que o retorno às aulas presenciais tem de
ser também com alunos imunizados, e não apenas os profissionais de educação.
"Essa pandemia ainda não acabou, sei que não está sendo fácil para
ninguém, mas digamos que pegam [covid], quem vai se responsabilizar por
isso?".
O superintendente da SED citou que nas escolas privadas
ocorreu algo semelhante com poucos alunos assim que as unidades
reabriram presencialmente e que, com o passar do tempo,
os pais foram percebendo que havia segurança. “Temos que conquistar a
confiança dos pais e mostrar que as aulas presenciais são muito melhores
que as remotas”, sustentou.
Ressalta Daher ainda, que a ativação
do Conselho Tutelar é a última instância do que convencionou-se chamar
de “busca ativa”, que é a atuação da escola
na identificação dos alunos que não participam das aulas e que não
respondem as atividades, indo à procura desses. “Temos que entender se
esse aluno evadiu e, então, acionar o Conselho caso seja constatado algo
mais grave”.
Caso algum aluno teste positivo para o coronavírus, a
classe será dispensada, o local vai passar por desinfecção e o retorno
fica condicionado à decisão médica. O ano letivo deve ter conteúdo
reduzido e, no retorno presencial, os alunos vão passar por diagnóstico
sobre Matemática e Português.
Durante o revezamento entre os
modelos remoto e presencial, a turma que vai ficar em casa vai estudar
com material impresso, sem exibição pela TV. Para quem estuda no período
noturno, o término da aula vai se adequar ao toque de recolher vigente
em cada município.
Para além da promessa de medidas básicas, como
disponibilização de álcool em gel, distanciamento de mesas e uso
obrigatório de máscaras, a rede estadual definirá a lotação das escolas
com base nas bandeiras do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia).
Por
exemplo, cidades com bandeira cinza - indicando grau extremo de risco
de disseminação da covid - poderão ter apenas 30% dos alunos em sala de
aula. Já as classificadas quinzenalmente em bandeira verde, grau baixo,
poderão ter toda a capacidade.
Fonte: Campo Grande News
Nenhum comentário:
Postar um comentário