Nesta quinta-feira (29), durante reunião plenária remota
da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o Deputado Estadual Diogo
Moraes, vice-líder do Governo na Alepe, questionou a decisão do Governo
Federal de suspender a realização do Censo 2021 alegando falta de
recursos. O parlamentar teceu críticas, apontou prejuízos para o
planejamento e a execução de políticas públicas no País.
Durante
discurso no Grande Expediente, Diogo elencou uma série de informações
do IBGE, com respaldo de ex-presidentes, sobre a importância da
realização da pesquisa. “O Censo, que foi suspenso em 2020 por conta da
pandemia, não será feito em 2021 por falta de orçamento. Completaremos
11 anos sem um levantamento mais completo de dados, o que deixa o Brasil
às cegas”, lamentou, culpando a gestão federal. “É um governo
desastroso, sem comprometimento com o povo, especialmente aqueles que
mais precisam do serviço público”, acrescentou.
Moraes
ressaltou que programas sociais, de educação e de saúde, são
estruturados com base na quantidade e no perfil dos moradores de cada
localidade, além de informações socioeconômicas, que podem revelar a
atual situação do povo brasileiro. Assim, dados desatualizados
fragilizam as políticas públicas. “O Brasil se iguala a estados falidos
ou em guerra, como Haiti e Afeganistão, que não contam com estatísticas
adequadas para direcionar as ações”, comparou.
O
deputado finalizou seu discurso elogiando a decisão liminar do ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, obrigando a
realização do levantamento. Segundo o magistrado, a suspensão do Censo
representa descumprimento do dever constitucional de organizar e manter
os serviços oficiais de estatística e geografia de alcance nacional.
O
tema teve repercussão na Reunião Plenária, com apartes dos deputados
José Queiroz (PDT), Tony Gel (MDB) e Waldemar Borges (PSB). “Se o
presidente é indiferente, o Judiciário precisa proteger os interesses do
povo brasileiro”, pontuou Queiroz. “É o sistema de freios e contrapesos
garantindo o funcionamento do estado democrático de direito”,
acrescentou o emedebista. “Os municípios são os maiores prejudicados, já
que os repasses federais são calculados com base na população aferida
pelo Censo”, destacou Waldemar Borges.
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