terça-feira, 30 de março de 2021

Conselhos do Pernambucano - Everardo Maciel.

Trabalhei na África, a serviço de organismos internacionais. Vi de perto a guerra civil. Vi governantes dizerem que o HIV era invenção de laboratórios para vender remédios. Vi xamãs recomendarem aos portadores de HIV manter relações sexuais com mulheres virgens para curar a doença. Fiquei profundamente indignado com que vi e achei que isso jamais aconteceria no Brasil. Li grandes intérpretes do Brasil, como Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, Paulo Prado, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado, Roberto da Matta e outros igualmente importantes. Pensei que tinha alguma ideia do que seria o Brasil. Equivoquei-me. Vejo pessoas que, em meio à pandemia, fazem festas, vão a shows, frequentam praias, roubam dinheiro para tratar da doença, conclamam pessoas a participar de reuniões religiosas e sepultamentos, proclamam soluções milagrosas, etc. E não são poucas. É simplismo, no meu entender, atribuir esse quadro apenas a governantes. É muito mais grave. Somos todos responsáveis. O déficit é de cidadania. Lamento não saber qual é a solução.
 
Fonte: Blog do Jânio Arruda

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