domingo, 5 de julho de 2020

Tecido capaz de eliminar coronavírus em dois minutos chega ao mercado

Tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores da UFSCar, em São Carlos (SP), e já está sendo utilizada por, pelo menos, cinco empresas no interior paulista. Material pose ser usado na confecção de qualquer peça de roupa.


Substância é aplicado ao tecido durante a produção — Foto: Marlon Tavoni/EPTV
Substância é aplicado ao tecido durante a produção — Foto: Marlon Tavoni/EPTV

A tecnologia é invisível a olho nu e está presente em um tecido composto por nanopartículas mil vezes menores do que um grão de areia.

Segundo o pesquisador e professor do Instituto de Química da UFSCar Elson Longo, os cientistas já sabiam que a substância era capaz de matar fungos e bactérias e, agora, descobriram também a eficiencia no combate à Covid-19.

“Esse composto matou 99,9% do coronavírus e a vantagem deste produto é que ele tem durabilidade de dois anos, aguenta pressão e aguenta temperatura”, explicou Longo.

Segundo o diretor de tecnologia da Nanox, Gustavo Simões, o composto provoca uma reação química que produz um tipo de água oxigenada, capaz de eliminar o vírus.
“Com algumas tecnologias você pode reduzir o tempo de contaminação e a contaminação cruzada, que muitas vezes a gente se contamina por tocar numa superfície e levar a mão aos olhos ou a boca”, disse.

Ilustração mostra os fios do tecido com partículas de prata agindo contra o coronavírus — Foto: Ênio Longo
Ilustração mostra os fios do tecido com partículas de prata agindo contra o coronavírus — Foto: Ênio Longo

Para testar a eficácia, a tecnologia também foi analisada pelos pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que separaram amostras do tecido com e sem nanopartículas de prata e sílica em tubos que continham grandes quantidades do vírus.
Ao fim do estudo, os pesquisadores concluíram que nas amostras em que os tecidos com nanopartículas foram colocados 99,9% das cópias do novo coronavírus presentes nas células foram inativadas após dois a cinco minutos de contato. O material ainda passou por testes para avaliar o seu potencial alérgico, fotoirritante e fotossensível.

“É um método totalmente novo na literatura, eficaz para a eliminação de bactérias, fungos e vírus. De certa forma, é uma tecnologia simples, que age por meio da oxidação”, explicou Longo.

Os pesquisadores ainda devem estudar a duração do efeito antiviral do tecido, já que no caso da ação antibacteriana e fungicida a propriedade dura em torno de 30 lavagens.
“Como o material apresenta essa propriedade bactericida mesmo após 30 lavagens, provavelmente mantém a atividade antiviral por esse mesmo tempo”, disse o diretor da Nanox, Gustavo Simões.
Longo também informou que as pesquisas devem continuar em parceria 
com institutos na França e Espanha para testar o combate de superbactérias.

Comercialização


Tecnologia desenvolvida em São Carlos pode ser aplicada em qualquer tipo de tecido — Foto: Marlon Tavoni/EPTV
Tecnologia desenvolvida em São Carlos pode ser aplicada em qualquer tipo de tecido — Foto: Marlon Tavoni/EPTV

De acordo com o Simões, o tecido criado pelos pesquisadores está sendo usado por pelo menos cinco empresas do interior de São Paulo e é uma proteção barata contra o vírus. O custo de produção do tecido especial para um normal é apenas 5% maior.

“Esse material é aplicado na linha de produção do tecido, então as tecelagens podem vender para as confecções poderem fazer qualquer tipo de peça de vestuário com esse tipo de material ”, explicou.

A procura atual é voltada principalmente para a produção de jalecos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para profissionais da saúde. Uma confecção de São Carlos, também encomendou o tecido para a produção de máscaras.

As empresas que estão trabalhando com a tecnologia são Ebraz, em Itu; Saltorelli Têxtil, em Americana; Textil PBS, em Nova Odessa; Delfim, em Sorocaba; e Marco Pólo Têxtil, em Guarulhos.

fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/




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