quinta-feira, 8 de maio de 2025

Investigação aponta que bebê morto foi espancado em casa; mãe e padrasto são presos preventivamente


Foram presos na noite de terça-feira (6), preventivamente, a mãe e o padrasto do menino Carlos Eduardo Telles, de um ano e cinco meses. Segundo a investigação conduzida pela Delegacia de Polícia de Taquara, o casal é suspeito de espancar o bebê até a morte no dia 8 de abril.

A criança foi levada sem vida ao Hospital de Taquara. À equipe médica, os responsáveis disseram que o menino havia caído da cama, mas os relatos não condiziam com os ferimentos encontrados no corpo.

De acordo com o delegado Valeriano Garcia Neto, responsável pelo caso, a criança foi vítima de agressões intensas.

“O motivo das agressões ainda precisa ser esclarecido. Agora, com a prisão desses dois indivíduos, as versões começam a mudar e a verdade começa a aparecer. Mas uma verdade sobre a qual já temos convicção é que o menino foi negligenciado. Sem dúvida nenhuma, não havia cuidado. Havia outras crianças na casa também, que o Conselho Tutelar, junto com a rede de apoio municipal do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), já retirou da residência, encaminhando todas elas para um local seguro e acolhedor”, afirmou o delegado.

O laudo inicial do Instituto Geral de Perícias (IGP) apontou que a causa da morte foi hemorragia intracraniana, provocada por objeto contundente. Também foram identificados diversos hematomas pelo corpo da vítima, o que, segundo o delegado, “indica método cruel”.

Um laudo complementar reforçou a incompatibilidade entre os ferimentos e uma queda de cama. Também apontou sinais de asfixia, embora essa não tenha sido a causa principal da morte.

Com a prisão dos suspeitos, a polícia deve ouvir novamente o casal e outras testemunhas à luz dos novos elementos da investigação.

Outras crianças que viviam com o casal foram acolhidas pelo Conselho Tutelar de Taquara e encaminhadas a um ambiente seguro.

“As crianças estão muito bem. Nós aplicamos uma medida de proteção, deixando elas com uma família acolhedora, que é um programa municipal mantido com verba do governo federal aqui no município. As crianças ficaram, então, na casa dessa família acolhedora. São duas meninas gêmeas de 5 anos e uma outra menininha de 3 anos. Isso foi feito logo em seguida que surgiu o problema. Acolhemos imediatamente as crianças para evitar que algo pior acontecesse”, disse Gilmar Breier, conselheiro tutelar de Taquara.

Homicídio qualificado

O homem, de 31 anos, e a mulher, de 24, foram levados ao sistema prisional e devem passar por audiência de custódia nos próximos dias. O acusado foi preso em sua residência, na localidade de Padilha, no interior de Taquara. Já a companheira, de 24 anos, foi detida no bairro Bom Pastor, em Igrejinha. Segundo o delegado Valeriano Garcia Neto, os dois respondem pelo crime de homicídio qualificado de menor.  

Conforme o registro inicial da ocorrência, o bebê teria caído do berço e batido a cabeça, por volta de 10 horas do dia 8 de abril. Segundo o relato, o bebê não teria manifestado desconforto ou dores e continuou brincando, mas, no final da tarde, apresentou quadro de vômitos e convulsão. 

Levada até o Hospital Bom Jesus, a criança chegou respirando à casa de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. Para o transporte, um vizinho auxiliou a família. 

Fonte: Radio Taquara

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