quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Psicólogo que atende crianças é acusado de abuso sexual.


Um psicólogo de 39 anos, especialista em psicoterapia para crianças e adolescentes, está sendo acusado de abuso sexual contra seus pacientes, especialmente meninos com menos de 14 anos. A denúncia inicial foi feita por uma mãe ao Conselho Tutelar e posteriormente apresentada ao Ministério Público (MP) local. O inquérito policial foi aberto em 11 de julho deste ano. O caso ganhou notoriedade após uma reportagem da EPTV Campinas, divulgada anteontem. Desde então, novas denúncias foram registradas na Polícia Civil. 

O caso está sendo investigado como estupro de vulnerável. Rafael Ladenthin Menezes, que se apresenta como especialista em psicoterapia para crianças e adolescentes nas redes sociais, foi preso temporariamente por 30 dias em 18 de julho, por determinação da 3ª Vara Judicial, com a prisão prorrogada por mais 30 dias. As investigações estão a cargo da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Valinhos. O advogado de defesa de Menezes, João Paulo Sangion, afirmou que seu cliente nega as acusações e se declara inocente, destacando o "compromisso ético profissional" de Rafael. 

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso está sendo investigado sob sigilo. O consultório de Menezes foi alvo de mandado de busca e apreensão, incluindo a quebra dos sigilos telefônico e telemático de seu celular e notebook. "A defesa entende que a prisão temporária é desnecessária, pois as investigações já foram concluídas. Não há mais diligências a serem realizadas pela autoridade policial, tornando inadequada a prisão temporária. O investigado tem o direito de responder ao inquérito em liberdade", argumentou Sangion.

Menezes atendia em uma clínica no bairro Paquere. As denúncias indicam que os abusos eram velados, incluindo abraços, "chupadas" em dedos e carinhos nas vítimas durante as sessões terapêuticas. Ele é suspeito de abusar sexualmente de pelo menos dez pacientes, todos com relatos semelhantes de violência, e todas as vítimas registraram boletim de ocorrência. "O doutor Rafael foi indicado pela escola onde meu filho estuda e nós o amávamos. Nunca suspeitamos de nada e ele era muito carinhoso com meu filho", relatou uma dona de casa de 50 anos, cujo filho de 14 anos era paciente do psicólogo há um ano e cinco meses. 

A escola mencionada é particular, e 80% dos pacientes de Menezes, segundo a dona de casa, eram da mesma unidade escolar. O especialista cobrava, em média, R$ 350 por sessão de terapia. A mãe que conversou com a reportagem era paciente da esposa do psicólogo, que é terapeuta ocupacional. 

De acordo com a dona de casa, seu filho frequentava as sessões devido a um sofrimento emocional causado pela ausência do pai. Por conta dessa carência paterna, o adolescente não diferenciava os abusos de afeto paternal. "Eram afagos no cabelo, abraços apertados por detrás, passadas de mão na barriga. Para o meu filho, isso era normal e ele nunca me contou nada. Como o Rafael se mostrava uma pessoa maravilhosa e doce, nunca imaginei que ele seria capaz de abusar do meu filho", contou. 

Ela descobriu o caso após a esposa do psicólogo procurá-la para pedir ajuda na redação de uma declaração de idoneidade do especialista. Através de um Guarda Municipal, pai de um amigo do filho, ela descobriu a verdade sobre as denúncias e passou a conversar com o filho. "A confirmação de que meu filho também foi vítima veio em um dia em que minha filha mais velha estava em casa. Meu filho pediu para assistir a um filme para maiores de 18 anos, e minha filha ficou indignada. Foi então que ele disse que assistiu ao filme com o Rafael. Até hoje estou sem chão. Meu filho se fechou depois disso. Se ele já passava por um sofrimento emocional, agora aumentou", desabafou a dona de casa.

Fonte: Correio

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