quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Mulher com agulhas dentro do corpo é presa suspeita de se passar por criança para conseguir doações, diz polícia.


Uma mulher de 42 anos com foi presa após se passar por uma criança de 11 anos que havia sido abusada sexualmente para conseguir ajuda de pessoas e igrejas, no Setor Parque Acalanto, em Goiânia, segundo a Polícia Militar. O Conselho Tutelar informou que havia várias agulhas dentro do corpo dela.

O nome da mulher não foi revelado pela polícia e, por isso, o g1 não conseguiu contato da defesa dela para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

O caso aconteceu na sexta-feira (2). O conselheiro tutelar Rondinelly-Ná, da região norte de Goiânia, informou ao g1 que foi acionado por umas pastoras de uma igreja, após elas receberem uma ligação de uma pessoa a que se dizia ser adolescente, que estava perdida e precisava de ajuda.

“Elas fizeram ali o acolhimento e, quando elas a encontraram, viram que ela tinha várias cicatrizes pelo braço. Ela tem um corte que começa no pé da barriga até acima um pouco do seu peito”, contou.

Na sexta-feira, ela foi levada para o Hospital Estadual da Mulher(Hemu), mas pela idade declarada por ela, o conselheiro teve que encaminhá-la para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad). Em seguida, ela foi liberada e levada para Central de Flagrantes da Polícia Civil.

Ao fazer uma busca pelos conselhos tutelares com um dos nomes informados pela suspeita, o conselheiro Rondinelly-Ná encontrou registros anteriores contra ela com o mesmo golpe.

“Com isso, acionamos a Polícia Militar para que desse suporte tomasse as providências necessárias para que ninguém mais caísse em nenhum golpe dessa mulher”, contou o conselheiro.

De acordo com a equipe do 21º Batalhão de Goiânia, que atendeu à solicitação do conselheiro, a mulher informou a data de nascimento que seria de uma criança. Durante a entrevista para a Polícia Militar, a mulher revelou que a informação era falsa e revelou o verdadeiro nome dela.

Com isso, foi feita uma consulta nos sistemas policiais e a verdadeira idade dela foi verificada. Além disso, encontraram registros no nome dela por estelionato e falsidade ideológica em outros estados.

A mulher foi conduzida pela Polícia Militar para a Central de Flagrantes. Segundo o delegado Sérgio de Sousa Arraes, o inquérito do caso será distribuído na segunda-feira(5), na Central de Inquéritos de Goiânia.

Agulhas pelo corpo

O Hecad informou que a paciente estava estável clinicamente e sem dor. Após avaliação clínica e realização de exames de imagem, as equipes de pediatria e multidisciplinar da unidade confirmaram não se tratar de uma criança, razão pela qual o atendimento foi interrompido, visto que a unidade só atende pacientes com até 14 anos.

O médico Marcelo Daher explicou que as agulhas podem causar uma inflamação. "Quando é na musculatura ou subcutâneo, não tem tanto problema no início. Depois, começa a ter reação inflamatória", disse Daher.

Segundo o médico, pessoas que aplicam ou engolem agulhas podem trazer riscos para saúde e necessitam de um auxílio psiquiátrico.

"Os familiares precisam prestar muita atenção com essas pessoas, porque normalmente são problemas psiquiátricos, seja a automutilação, seja essa questão de introduzir agulhas no corpo. É uma pessoa que está precisando de ajuda, e, às vezes, ela não consegue externar isso. Um diagnóstico rápido e a tempo pode que evitar coisas piores", explicou Daher.

Fonte: G1


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