O pai suspeito de agredir o próprio filho usando um fio de energia elétrica, na sexta-feira (8), no Benedito Bentes, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Após o fato, a Polícia Militar (PM) foi acionada pelo pai do agressor e avô da criança.
Imagens encaminhadas à imprensa mostram as marcas da agressão sofrida pelo menino, de apenas 10 anos. Segundo informações da conselheira tutelar da 9ª Região, Patrícia Cordeiro, o avô relatou o fato ao Conselho, apontando o filho como o autor do crime.
"Pelo que o avô disse, o fato já vinha ocorrendo várias vezes, mas chegou o momento em que o avô disse: 'basta!'. A gente observou que tinham marcas de agressão atuais e antigas. Agora, essa criança está protegida e vamos comunicar esse assunto para a Justiça que cuida da infância e juventude", informou a conselheira tutelar.
Após a homologação da prisão em flagrante, o pai foi encaminhado à audiência de custódia, na presença de um juiz. O magistrado ouviu defesa e acusação e converteu a prisão em flagrante em preventiva, cujo prazo segue por tempo indeterminado. Portanto, o agressor aguarda o processo recluso no sistema prisional de Alagoas.
AGRESSÃO
O fato ocorreu na noite da última sexta, no Benedito Bentes, parte alta de Maceió. De acordo com o boletim da Segurança Pública, ao chegar ao local da ocorrência, a guarnição encontrou a criança machucada, com escoriações na região das costas.
Ao indagar o autor sobre o ocorrido, ele confirmou que bateu no menor, alegando que o fez com o intuito de "educá-lo".
O pai, cuja identidade foi preservada, foi conduzido à Central de Flagrantes, para ser autuado pelo crime de lesão corporal dolosa.
OUTROS CASOS
Este não foi o único caso de agressão envolvendo criança neste ano. Na última terça-feira (5), um bebê de Palmeira dos Índios foi levado para o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, para passar por uma avaliação médica.
O recém-nascido apresentava sinais de maus-tratos e estava na casa da avô. Durante a abordagem da polícia, a mãe apresentava sinais de embriaguez. Agora, o bebê está sendo acompanhando por uma pessoa da família e os pais da criança estão sendo acompanhados pelo Conselho Tutelar de Palmeira.
Já no final do mês passado, sete crianças foram encontradas sozinhas em um apartamento no Conjunto Residencial Maceió I, na Cidade Universitária. Para resgatá-las, a polícia precisou arrombar a porta. Todas elas estavam com sarna e a mais velha tinha apenas 10 anos.
As mães dos pequenos disseram à polícia que os deixaram em casa e saíram para beber. Em meio ao fato, os menores foram enviados para casa de parentes, que ficaram com a guarda provisória.
Também em fevereiro, uma menina de 6 anos ficou sozinha em casa, por mais de 10 horas, durante a noite, Vizinhos perceberam a situação da menina, que, inclusive, já havia sido deixada sozinha outras vezes. No mesmo dia, outros dois casos de abandono de incapaz foram registrados pelo Conselho Tutelar.
E, no mês de janeiro, um menino de 2 anos foi encontrado só em casa, no município de União dos Palmares. Ele estava sem roupa e pediu ajuda através de um buraco no muro.
São diversos casos, mas, mesmo assim, ainda há subnotificação. A polícia reforça que casos de violência, maus-tratos ou abandono de incapaz precisam ser denunciados.
"É essencial que a população procure a Polícia Civil. Nós temos um canal direto: 180. O maior aliado da polícia é a sociedade. Quando nós somos informados, aí sim, a polícia vai agir, porque nem sempre estamos em todos os lugares, sendo informados de tudo. A informação do povo é essencial", destacou o delegado Daniel Mayer.
Fonte: Gazeta Web
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