Uma ordem judicial obrigou a Defesa Civil de Alagoas a evacuar, na madrugada desta quinta-feira (30/11), uma área de Maceió que corre perigo iminente de colapsar e virar uma enorme cratera. Vários bairros da capital alagoana estão isolados devido aos danos ao subsolo causados pela mineração da Braskem, e uma região específica, no bairro do Mutange, se tornou um problema crítico esta semana, com risco de desabamento.
A pedido do Ministério Público e por determinação da Justiça Federal, foi ordenada a desocupação de 23 residências localizadas nas áreas mais próximas do Mutange, abrangendo bairros como Bom Parto e Bebedouro. A decisão autorizou o emprego de força policial em caso de resistência.
Alguns moradores protestaram durante a evacuação, dizendo não ter para onde ir.
Nas imagens, é possível ver agentes da Defesa Civil coordenando as operações de evacuação, processo que despertou indignação de alguns moradores afetados.
No bairro vizinho, Pinheiro, não há indicação formal para evacuação, entretanto, por medida de precaução, alguns moradores têm optado por deixar suas casas. Desde o surgimento do problema, em 2018, mais de 14 mil imóveis na região já foram desocupados e mais de 60 mil pessoas tiveram de deixar suas habitações, numa enorme catástrofe provocada pela mineração urbana.
A Braskem é obrigada pela Justiça a indenizar os afetados, mas os processos muitas vezes se arrastam por anos.
Para lidar com a gravidade da situação, seis escolas estão sendo mobilizadas como pontos de evacuação, preparadas para receber os moradores que deixam suas residências.
No entanto, várias famílias expressam preocupação em relação à falta de garantias sobre o que ocorrerá após deixarem suas casas, manifestando temor pela segurança de seus pertences deixados nos imóveis.
Na quarta-feira (29/11), a Defesa Civil havia emitido alerta crítico sobre o “risco iminente de colapso em uma das minas sob monitoramento”, destacando a possibilidade de surgimento de cratera de proporções significativas.
As minas mencionadas pela Defesa Civil são resultantes de décadas de exploração de sal-gema, formando cavernas que estavam em processo de fechamento.
A Braskem divulgou nota sobre os últimos acontecimentos. Veja:
“A Braskem informa que, em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo. Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro.
A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência.
A Braskem segue acompanhando de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal”.
Fonte: Metrópoles
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