quarta-feira, 17 de maio de 2023

Conselho Tutelar notifica MP sobre caso de professora suspeita de medicar alunos em creche.


O Conselho Tutelar notificou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sobre o caso de uma professora suspeita de medicar 14 alunos de uma creche de Santa Rita de Caldas (MG). O caso segue em investigação também pela Polícia Civil.

A suspeita é que algum tipo de antialérgico, que tem como feito colateral a sonolência, foi dado às crianças. As mães dizem ter notado comportamentos diferente nos filhos. A profissional foi afastada pela prefeitura.

“Quando fomos tentar averiguar o caso, já estava instaurada toda essa ‘muvuca’ com todos os pais se manifestando. Nós nos reunimos então na Secretaria de Educação para apurar os fatos. O Conselho Tutelar colheu as informações, pegou o boletim de ocorrência e fizemos a notícia ao Ministério Público”, explicou o conselheiro tutelar Marcos Vitor da Silva.

Conforme a polícia, uma das mães suspeitou da situação após a filha contar que a professora teria dado um remédio para ela. Após trocar informações com outras mães, mais crianças repetiram a informação. Há suspeita que a medicação estaria sendo ministrada há um cerca de mês.

“Pelo próprio procedimento da escola, qualquer remédio e/ou medicamento só pode ser dado com autorização dos pais. Professoras e monitoras não estão autorizadas a dar nenhum tipo de medicamento na escola”, falou o conselheiro tutelar.

Investigações
Segundo a prefeitura de Santa Rita de Caldas, a professora foi afastada desde o início quando a gestão municipal tomou ciência do caso. A EPTV, afiliada TV Globo, conversou com o prefeito de Santa Rita de Caldas, Emilio Torriani (PSD).

"[A professora] relatou que as crianças viram um medicamento de cor vermelha, de uso pessoal dela. Na versão dela, ela diz que preparou um composto com água, açúcar e 'hidrafix' - uma espécie de um soro - e deu uma colher para cada criança em um dia específico, porque as crianças estavam pedindo, né? Essa foi a versão dela a respeito do caso", disse o prefeito.
Sobre o fato da funcionária que teria confirmado a situação, o prefeito comenta que não tinha conhecimento disso. "Quando vimos que as versões estavam muito antagônicas, a gente levou o caso à Polícia Civil que entendeu por bem fazer um boletim de ocorrência para que investigasse mais a fundo o caso", explicou.

"A gente de imediato abriu um processo de sindicância administrativa, fez uma portaria afastando a professora por 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30 ou até que se conclua o processo. A gente vai acompanhando tanto na esfera criminal, quanto na esfera administrativa", finalizou o prefeito.

O advogado Thiago José do Carmo, que faz parte da defesa da professora, disse que as crianças teriam visto a professora tomando um remédio de cor vermelha. De acordo com ele, ela teria dado água com açúcar para as crianças, simulando ser remédio.

O medicamento que estaria sendo dado aos estudantes foi encontrado por uma funcionária da creche no banheiro utilizado pela professora e pelas crianças.

Segundo a Polícia Civil, as substâncias serão submetidas à perícia para determinar a origem do produto.

Amostras de urina das crianças foram coletadas em Poços de Caldas e encaminhadas para análise toxicológica em Belo Horizonte. A Polícia Civil informou que instaurou procedimento para apuração e disse que foram requisitadas perícias e diligências para a constatação dos fatos.

Fonte: G1


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