Um menino de 10 anos morreu após ser baleado por um amigo de 11 em Tietê, na madrugada do último domingo (23). O caso ocorreu em um sítio na zona rural da cidade. A arma era do padrasto do garoto que atirou. O homem foi detido, mas liberado em seguida.
Segundo o delegado Wesley Almeida Cirineu, da Delegacia de Tietê, a família da vítima é de Tatuí e visitava um casal de amigos no município vizinho. Enquanto os amigos brincavam, o mais velho encontrou uma espingarda do padrasto perto da cozinha e disparou acidentalmente contra o outro. A bala acertou o indicador esquerdo e o pescoço dele.
Ainda conforme Cirineu, apesar de terem sido encontrados dois ferimentos, houve apenas um tiro. “Acredito que a outra criança, ao manusear a arma, apontou para o amiguinho, que acabou colocando a mão na frente, e o tiro atingiu o dedo e o pescoço dele”, explica. A vítima chegou a ser levada para a Santa Casa de Misericórdia de Tietê, mas não resistiu. O menino era filho único. O próprio hospital acionou a Polícia Militar.
De acordo com o delegado, a arma estava irregular. Por isso, o padrasto do autor do disparo foi detido e encaminhado para a delegacia. Ele foi autuado por posse ilegal de arma de fogo e omissão de cautela. Este último é crime previsto no Estatuto do Desarmamento. “É quando a pessoa que tem arma não toma as cautelas necessárias, permitindo que uma pessoa menor de 18 anos, criança ou adolescente, acabe se apoderando dela”, detalha Cirineu.
O homem foi liberado depois de passar por audiência de custódia no domingo (23). Agora, responderá ao processo em liberdade. Embora tenha cometido ato infracional, o garoto não foi penalizado. “Por ser criança menor de 12 anos, não é aplicada nenhuma medida socioeducativa. Ele recebe medidas de proteção”, detalha o responsável pela investigação. A Polícia Civil comunicou o caso ao Conselho Tutelar e ao serviço de escuta especializada. Cabe ao conselho dar os demais encaminhamentos, como oferecer acompanhamento psicológico, por exemplo.
As investigações continuam. A polícia aguarda os laudos do exame feito pelo Instituto Médico Legal (IML) no corpo, bem como da perícia no local do fato. Não há prazo para os resultados saírem.
Fonte: Jornal Cruzeiro
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