segunda-feira, 25 de julho de 2022

Pais de estudantes denunciam professor suspeito de assédio sexual em escola.


Pais de estudantes de uma escola de Alvorada, na Região Metropolitana, denunciaram um professor por suspeita de assédio sexual. O caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar do município, que fez denúncias ao Ministério Público e à Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (Seduc).

Um perfil em uma rede social foi criado por pais e responsáveis de algumas vítimas para alertar sobre o fato. Várias alunas alegaram, nos comentários deste perfil, terem sido molestadas. A Polícia Civil já instaurou inquérito e, por enquanto, há duas ocorrências registradas, envolvendo duas adolescentes que tiveram de passar por avaliação psiquiátrica após os traumas decorrentes do suposto assédio.

A Seduc avalia nesta segunda-feira (25) o possível afastamento ou exoneração do docente. O nome da escola, do professor e dos pais não estão sendo divulgados para não expor as vítimas adolescentes, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

De acordo com as denúncias, os assédios estariam ocorrendo desde o início do ano e teriam se intensificado nos últimos meses. No perfil criado no Instagram para monitorar o caso e cobrar medidas das autoridades, havia mais de 400 comentários até as 14h desta segunda. A rede social também é usada como meio de orientar como proceder e denunciar em caso de ataques desse tipo.

A mãe de uma das estudantes, uma jovem de 14 anos, relata que o assédio estaria ocorrendo há seis meses, mas que em julho um novo fato motivou a denúncia.

— Ele beijou o pescoço dela e chamou ela de “gostosa”. Ela está muito nervosa. Registrei ocorrência, tivemos reunião com Conselho Tutelar, e apareceram mais denúncias. Agora, aguardamos o resultado da (avaliação com) psiquiatra — afirma.  

A mãe da outra adolescente conta que o professor teria forçado abraços e beijos após uma crise de choro da jovem.

— Quero relatar que foram repetidas situações, sendo a mais marcante quando ela teve uma crise de choro e ele se aproximou para supostamente consolar ela, dando vários beijos no rosto. Ela tentou afastar ele, mas ele forçou, segurando e apertando os braços dela sobre o corpo dele — conta.

Coordenadora do Conselho Tutelar em Alvorada, Fernanda Maciel diz que foi procurada por um grupo de mães, que relataram supostos comportamentos suspeitos do professor como abraçar e beijar alunas com insistência, forçar situações constrangedoras, além de chamá-las por adjetivos de cunho machista. 

Segundo Fernanda, esse grupo procurou inicialmente a direção da escola, mas, mesmo com as reclamações, a única providência adotada teria sido a troca de turno do professor. Mesmo assim, ele permanecia no ambiente escolar, o que teria levado a novas denúncias, incluindo suposta coação das vítimas para que não fizessem mais reclamações.

Segundo o Conselho Tutelar, as mães e pais ou responsáveis estão sendo orientados a conversar com seus filhos para tentar identificar alguma situação atípica, e, se for o caso, denunciar.

— Recebi as denúncias e como houve demora para providências, procuramos Ministério Público e orientamos pais a registrarem ocorrência policial. Mas acionamos também a Secretaria (da Educação) — diz Fernanda.

A 28ª Coordenadoria Regional da Seduc confirma que recebeu as denúncias e que procurou a direção da escola para se inteirar do fato. Depois, foi marcada uma reunião para avaliar o que está ocorrendo e, então, o destino do suspeito. A Seduc também buscou informações junto ao Ministério Público e Polícia Civil.

Perícia psiquiátrica
A titular da Delegacia da Mulher de Alvorada, delegada Samieh Saleh, confirma as duas ocorrências e a investigação em andamento. Alunas e seus responsáveis já foram ouvidos. O professor será acionado e é aguardado o resultado pericial após duas adolescentes terem passado por avaliação psiquiátrica em busca de indícios de assédio.

— Temos estes dois casos, mas não descartamos mais. Por isso, quem tem algum fato relacionado, que nos procure — ressalta Samieh.  

O resultado da reunião na Seduc deve ser divulgado ainda nesta segunda-feira. A polícia não tem prazo para conclusão do inquérito.

Como denunciar
Para denunciar casos como este, há os seguintes canais:

O Disque 100 é um dos canais de denúncia da Mulher, Família e dos Direitos Humanos. É um serviço de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Ele funciona diariamente, das 8h às 22h.

Fonte: GZH

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