quarta-feira, 8 de junho de 2022

Ministério Público e Conselho Tutelar vão acompanhar caso de adolescente agredido por colega em escola particular.


O Ministério Público da Bahia (MP-BA) e ao Conselho Tutelar vão acompanhar o caso do adolescente que agrediu um colega, em um colégio particular de Salvador. A agressão aconteceu durante o intervalo entre aulas, na terça-feira (7). Nesta quarta (8), a vítima das agressões passa bem.

O adolescente de 11 anos precisou ser hospitalizado após ser agredido por outro, de 13. Câmeras de segurança registraram a ação, que durou cerca de dois minutos e meio. As imagens não foram divulgadas para preservar a identidade dos dois garotos, já que são menores de idade.

Os dois adolescentes cursam séries distintas, sendo o agredido do 6º ano e o outro do 8º. O diretor do Colégio Integral, Paulo Rocha, deu detalhes sobre a situação.

“Era o intervalo dos meninos e os dois subiram abraçados, conversando, sem absolutamente nenhum tipo de postura agressiva. As salas deles são próximas e eles entraram em uma delas, porque estava vazia, era intervalo. O maior, então, se desequilibrou e começou a bater no menor. Nós estivemos lá [no hospital] acompanhando a família ontem. Graças a Deus, até para tranquilizar a todos, o menino já está em casa desde o final da tarde de ontem [terça, 7], sem nenhum problema mais grave. Ele agora está em recuperação e nós estamos acompanhando a família nesse processo”.

Também segundo Paulo Rocha, o adolescente que bateu no colega ficou abalado e não informou o que motivou as agressões.

“Ele não relatou nada, porque ele terminou essa atitude um pouco transtornado. O que nós acreditamos é que, com esses dois anos de pandemia, e a própria evolução socioemocional dessa juventude, essas crianças e jovens de hoje estão muito fragilizados. Nós temos que ter atenção sobre isso, porque é um menino de 13 anos que nunca teve uma única observação, uma única advertência. Ele está aqui desde os 2 anos. Era um exemplo de um aluno comportado, educado. E esse tipo de agressão mais violenta foi completamente atípico e inesperado”.

O adolescente agredido teve ferimentos na face e na bochecha. No hospital, o garoto fez os exames de tomografia e ressonância, que não apontaram complicações da agressão.

O diretor falou ainda que o colégio já possui uma estrutura para prestar apoio social aos estudantes, mas reafirmou que o isolamento provocado pela pandemia da Covid-19 pode ter sido um fator que desequilibrou emocionalmente o estudante que cometeu as agressões.

“Nós temos já, há muitos anos, uma disciplina chamada ‘Ser Integral’, onde a gente avalia essas questões de valores humanos, a gente fala muito sobre o respeito, sobre as questões de diálogo, mas nós estamos sendo pressionados por videogames muito violentos, por situações emocionais e também por falta de alguns limites. Alguns pais permitem que os filhos tenham uma postura muito autônoma, e a gente sabe que há a necessidade de uma orientação mais forte. Estamos detectando isso mais intensamente no retorno pós-pandemia. Dois anos de isolamento realmente criaram muitos problemas emocionais para a juventude e para essas crianças”.

Fonte: G1

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