quarta-feira, 9 de março de 2022

Morte de bebê poderia ter sido evitada se denúncia de pai tivesse sido acolhida.


Nove meses antes de saber da morte cerebral da filha, João Vítor da Silva Flora pediu socorro. O pai avisou que a pequena Maria Sofia Flora, de 1 ano, sofria maus tratos do padastro e da própria mãe, uma menor de 17 anos.

O pedreiro procurou o Conselho Tutelar de Arrarial do Cabo, na Região dos Lagos, no dia 10 de maio, do ano passado. Lá, relatou que a bebê apanhava com frequência. Acusou a ex-companheira, de espancar, por diversas vezes a filha, além de denunciar as agressões constantes que a menina era submetida pelo namorado da ex-companheira, Mateus Monteiro. 

No fim do ano, o Conselho Tutelar mandou uma mensagem para o pai da criança, Através do WhatsApp, o órgão informou que o caso estava na Justiça e que a Defensoria Pública acompanharia o processo. Não houve mais retorno para a família.

No dia 7 de fevereiro deste ano, a pequena Sofia deu entrada no Hospital Municipal Evandro Freire. Como o estado de saúde da criança era muito grave, precisou ser transferida para o Hospital Municipal Albert Schwietzer. Entubada e sem responder a estímulos, teve a morte cerebral três dias depois. No dia 11, os aparelhos foram desligados. 

Os exames de imagem detectaram traumatismo craniano. A equipe médica desconfiou de maus tratos e encaminhou o corpo da bebê para perícia, no Instituto Médico Legal. No IML, o perito Paulo Fidélis Teixeita atestou que a criança teve sutura entre os ossos da parte superior do crânio, na região da testa. Por conta das agressões, a pequena ainda teve diversas infiltrações hemorrágicas.

O delegado responsável pela investigação encaminhou a mãe, para internação em uma unidade de sócio educação. Flávio Ferreira Rodrigues ainda pediu a prisão temporária, de 30 dias, do padrasto, mas vai pedir que Mateus Monteiro fique preso até o julgamento do caso. 

A avó paterna de Sofia afirma que a morte da neta poderia ter sido evitada. Romilda Nunes da Silva afirma que ela e o filho, que é o pai de Sofia, levaram provas de que a criança era maltratada e estava em risco de morte.

A testemunha é Maria Vitória Barbosa Oliveira, que foi vizinha de Sofia. Ela afirma que a criança era constantemente agredida e quando foi saber o que acontecia, foi ameaçada de morte pelo padastro da menina, Mateus Monteiro.

O Tribunal de Justiça se limitou a dizer que o processo em que o pai pedia a guarda da filha corre, no presente, em segredo de justiça.

Enquanto o caso segue sendo analisado pelo judiciário, Maria Sofia Souza Flora foi enterrada no dia 11 de fevereiro, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio.

Fonte: Band



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