quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Filho de Padre Bianchi denuncia Diocese de Caruaru na Justiça e pede R$ 2 milhões por danos morais devido à morte do pai.

 

Um jovem que afirma ser filho de Manoel Francisco Xavier, conhecido como Padre Bianchi, denunciou a Diocese de Caruaru, no Agreste, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e ao Vaticano. Emanuel Gaspar Araujo Silva Xavier, de 23 anos, é advogado e está pedindo R$ 2 milhões por danos morais devido à morte do pai, que foi vítima da Covid-19 em 12 de maio de 2021. Bianchi dedicou 37 anos ao sacerdócio.

O g1 procurou a Diocese de Caruaru, por meio do coordenador diocesano da Pascom. Ele informou que "a Diocese não se pronuncia sobre temas do setor jurídico da Instituição". Por e-mail, o g1 pediu um posicionamento ao Vaticano, por meio da Imprensa da Santa Sé, na Itália, e da Nunciatura Apostólica, que representa o Vaticano no Brasil, mas ainda não recebemos resposta.

Emanuel Gaspar é fruto de um relacionamento do padre com Catarina Bezerra de Araújo, que atuou como secretária na Paróquia de Santa Cruz do Capibaribe, na década de 90. Atualmente, o jovem advogado reside em Campina Grande, na Paraíba, e está sendo auxiliado pelo Projeto Cicatrizes da Fé, que ajuda pessoas que estão relacionadas a "casos de envolvimento sexual no âmbito eclesial", além de vítimas de abuso sexual dentro da Igreja Católica.

De acordo com Emanuel, o pai nunca deixou faltar comida e educação para o filho e sempre mantinha contato. Após a morte de Padre Bianchi, Emanuel Gaspar foi até a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da qual o sacerdote era pároco, para ter acesso ao quarto do pai, mas não conseguiu.

Alegando dificuldades financeiras após a morte do pai, que ajudava nas despesas, o jovem afirmou ter tentado um encontro com o bispo diocesano de Caruaru, Dom José Ruy, para pedir ajuda à Diocese. Ele foi recebido por um advogado, que disse não ter nenhuma decisão tomada por parte da Diocese.

Em seguida, foi feita uma denúncia ao Vaticano

O g1 teve acesso à denúncia completa enviada ao Vaticano. Na carta, destaca-se que Emanuel e a mãe, Catarina, "ficassem em silêncio devido à profissão do padre [...] a preservar a igreja".

Na ação apresentada à Justiça, o advogado do projeto Cicatrizes da Fé aponta que, nos últimos anos, Padre Bianchi estaria sofrendo represálias. Segundo a denúncia, tais represálias foram por parte de Dom Bernardino Marchiò, bispo emérito de Caruaru e posteriormente, por Dom José Ruy. A diocese não se pronunciou sobre as denúncias contra seus integrantes.

"Os presentes autos versam sobre uma cruel história de perseguição praticada contra um sacerdote, pai do autor, que infelizmente viu-se 'preso' numa ardilosa teia, amaranhada por egoísmo e retaliações infelizmente capitaneada inicialmente pelo 1º Réu Dom Dino, atualmente bispo emérito e referendada pelo 2º Réu Dom José, atual expoente máximo da Diocese de Caruaru", pontuou parte da denúncia.

Fonte: G1

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