segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Mais de 80% dos inquéritos de mortes de menores não têm conclusão.


Uma pesquisa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro mostrou que 81% dos inquéritos sobre mortes violentas de crianças e adolescentes abertos desde o ano 2000 ainda não foram concluídos. A média de tempo dos procedimentos é de 3.060 dias, ou seja, cerca de oito anos e três meses. Há casos tramitando há 36 dias, mas tem alguns que estão há 21 anos sem solução. As estimativas, que envolvem assassinatos e outros óbitos por causas externas, foram coletadas a partir de dados da Polícia Civil e do Instituto de Segurança Pública do estado.

Carolina Haber, diretora de Pesquisa, destaca a angústia que o tempo sem resposta gera nas famílias das vítimas.

Ao todo, foram encontrados 9.542 crimes ainda não solucionados, dos quais 79,5% são crimes dolosos, ou seja, com intenção de provocar a morte, e 20,5% são de casos culposos, sem intenção de morte - a maioria acidentes de trânsito.

Segundo a Defensoria, do total de inquéritos analisados, 3.218 foram homicídios provocados por armas de fogo, dos quais 162 foram contra crianças de até 11 anos. As tentativas de homicídio por armas de fogo somaram 1.525 inquéritos, dos quais 217 foram na faixa etária de 11 anos ou menos.

Dos 355 casos de mortes provocadas pela polícia em que os agentes alegaram ter matado em confronto, o chamado auto de resistência, há cinco situações em que as vítimas tinham nove anos ou menos. Existem ainda três inquéritos registrados como auto de resistência ou como oposição à intervenção policial, em que as vítimas tinham 4 anos ou menos.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil e ainda aguarda resposta.

Fonte: Agencia Brasil


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