sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Conselho Tutelar rebate vizinho e alega que não houve diversas denúncias sobre o caso Clara.

O Colegiado Geral do Conselho Tutelar de Guarujá e Vicente de Carvalho afirmou, por meio de nota, que está apurando se houve omissão por parte de conselheiro tutelar e negou ter recebido diversas denúncias contra a mãe que matou a própria filha a pauladas em Guarujá.

O órgão, por meio de nota, esclareceu dúvidas sobre o caso da menina Clara Regina Pereira Santos, de 11 anos, brutalmente assassinada no dia 24 de agosto.

Segundo o Conselho Tutelar, foi instaurado um procedimento administrativo disciplinar, a fim de apurar se houve prevaricação ou omissão por parte do membro do Conselho Tutelar no atendimento da criança, sem prejuízo de sanções legais relacionadas ao caso.

Informaram também que "não houve diversas denuncias conforme noticiado erroneamente pelos vizinhos e mídia". Segundo o órgão, a criança foi entregue para a genitora, mas no município de São Paulo, onde estavam acolhidos. "Tal fato não aconteceu em nosso município [Guarujá]".

"Informamos ainda que a família mudou-se para esta cidade há pouco, conforme apurado. Toda apuração frente ao caso, corre em sigilo e os fatos apurados serão encaminhados para os órgãos competentes desta cidade. O Conselho Tutelar, órgão de defesa de direitos da criança e do adolescente, reafirma seu compromisso com a verdade, com a legalidade e com a sociedade de Guarujá e conta com todos para continuar sua missão com ética, competência e profissionalismo".

Relembre o caso

A menina Clara Regina Pereira Santos, de 11 anos, foi assassinada pela própria mãe na noite de terça-feira (24). De acordo com testemunhas, a criança era rotineiramente espancada pela mãe e veio a óbito apresentando sinais de espancamento com pedaços de madeira.

A menina foi encontrada morta pelos irmãos e o padrasto por volta das 20h20, na casa da família, na avenida Benedito Lemos, no Morro do Engenho. 

A Polícia Militar compareceu ao local e encontrou a criança já falecida. O Corpo de Bombeiros chegou logo após as forças policiais, assim como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que tentou reanimar a vítima, mas não obteve êxito.

A autora das agressões fugiu da residência após perceber o falecimento da criança. Porém, as equipes da Polícia Militar de Guarujá localizaram a foragida na quarta-feira (25), na região central da cidade, na rua do Contorno.

O delegado Sérgio Lemos Nassur, titular da Delegacia Sede de Guarujá, contou ao público o andamento das investigações. "Quando interrogada, a mãe não prestou qualquer tipo de informação que nos levasse a esclarecer as razões que fizeram com que ela espancasse a filha, levando-a à morte, mas nos disse, de maneira informal, que não tinha nenhuma espécie de remorso ou de arrependimento pelo que fez", afirmou o delegado Nassur.

A causa da morte ainda não foi apurada pelo Instituto Médico Legal, porém, o corpo da criança encontrava-se com sinais visíveis de espancamento e todo o ato foi visto pelos irmãos mais novos e vizinhos. "O corpo da menina apresentava uma série de lesões típicas de espancamento", destaca Sérgio Nassur.

Vizinho detalha

Um vizinho da família detalhou, via áudio, como o crime ocorreu e os antecedentes graves de maus-tratos ocorridos com a criança.

O áudio detalha que o crime ocorreu de maneira bruta e que, de acordo com o homem, poderia ser evitado: “Ela amarrou a filha no fundo do quintal e a agrediu com diversas pauladas e quando a menina desfaleceu, ela largou a menina no quintal, e achou que a menina tinha desmaiado”, relata.

Segundo o homem, a criança foi espancada ainda na manhã do dia em que foi morta e o Conselho Tutelar foi acionado. “Acionaram o Conselho Tutelar, que foi ao local e retirou a criança, levando-a embora, mas algumas horas depois trouxe de volta e entregou para a mãe”.

O indivíduo também relata que a mãe criminosa estava furiosa e, mesmo após o ‘susto’ da visita do Conselho Tutelar, praticou a barbaridade com a filha, amarrando-a nos fundos da casa e espancando-a com um pedaço de pau até a morte.

“Ela com raiva fez aquilo. Após tudo ela amarrou a criança e a espancou até a morte. Essa criança já era vítima de maus tratos, já tinha sido recolhida a um abrigo e devolvida à mãe várias vezes”, desabafa. “Não há motivos para um pai ou mãe matar um filho, uma menina de apenas 11 anos [suspira], dá pra ver nas fotos que estava totalmente desnutrida”, conclui.

O crime foi registrado como tortura e morte suspeita, a mãe da criança, acusada do cruel crime, se evadiu do local. Dois pedaços de madeira foram encontrados no local e apreendidos para perícia. O caso segue em investigação.

Fonte: Costa Norte

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