A Polícia Civil apreendeu um crânio
que estava na bagagem de mão de um homem estrangeiro que viajava de
ônibus no interior de São Paulo. O homem, um boliviano, foi levado à
delegacia para se explicar.
A apreensão ocorreu
em uma fiscalização da Polícia Rodoviária em Itu (SP), na segunda-feira
(7/6), por volta do meio-dia. O ônibus fiscalizado vinha de Campo
Grande (MS) e se dirigia para a capital, São Paulo. As informações são
do G1 Sorocaba e Jundiaí.
Em depoimento no 4°
Distrito Policial de Itu, o boliviano explicou que o crânio pertencia ao
seu irmão mais velho que morreu na Argentina. O corpo teria sido
cremado, mas ele precisou transportar apenas a cabeça por uma tradição
de sua cultura.
A reportagem afirma que a
ossada foi apreendia para perícia e que o homem responderá por
“transporte ou recolhimento de partes do corpo humano sem saber a
procedência”.
Legislação brasileira
O
transporte de cadáver no Brasil é regulamentado por legislação e,
dependendo da causa de morte, uma autorização judicial pode ser
necessária. Traslados internacionais ou entre estados podem ser custosos
e burocráticos, com trâmites envolvendo até os consulados dos países
envolvidos.
Se a família da pessoa morta não
possui dinheiro para arcar com as despesas funerárias, o sepultamento
ocorre no país onde está o corpo, seguindo a legislação local.
Costumes estrangeiros
Na
Bolívia, se celebra a Festividad de las Ñatitas no dia 8 de novembro.
Neste dia, as famílias homenageiam e agradecem a proteção de seus
parentes mortos, expondo seus crânios com flores, doces, outros enfeites
e muita música e até missas católicas.
Segundo reportagem da rede Telesur, o costume
tem origem na cultura de indígenas pré-colombianos e, segundo a
tradição, protege as famílias. Variações da tradição ocorrem em toda a
América Latina.
A festa mais famosa é a versão
mexicana, chamada Día de los Muertos, cujos crânios enfeitados fazem
sucesso em reproduções feitas com maquiagem e artigos de decoração.
O
Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de
São Paulo para saber o destino do crânio e se as questões culturais do
homem serão levadas em consideração no processo, mas, até a publicação
desta reportagem, não havia recebido resposta.
Fonte: Últimas Notícias do Brasil
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