O Ministério Público de São Carlos (SP) investiga uma clínica particular de recuperação de dependentes químicos por suspeita de maus-tratos contra menores.
Sete adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, foram resgatadas do local, que fica no Vale Santa Felicidade, na área rural, e encaminhadas às famílias. Além disso, outras 40 mulheres pediram ajuda para saír da clínica.
O coordenador geral da clínica, Rodrigo dos Reis, negou as acusações e disse que as meninas usaram as denúncias para saírem da clínica. Disse também que ainda não foi ouvido pelos promotores.
Denúncia
As denúncias de agressões físicas e verbais foram recebidas pelo Conselho Tutelar e encaminhadas ao MP que organizou uma ação conjunta com a polícia, a defensoria pública e a prefeitura.
“Elas relataram que sofreram violência física, violência psicológica e tinham hematomas. Uma delas relatou que foi abusada sexualmente lá dentro”, afirmou o conselheiro tutelar, Anésio Marques Gonzaga.
Uma das denunciantes é de Tapiratiba (SP) e ficou cinco meses internada na clínica. Ela disse que as internas eram obrigadas a ingerir medicamentos se não fizessem as atividades destinadas a elas e apanhavam de outras internas.“A gente tinha que fazer a laborterapia, que era limpar. A gente limpava tudo, rastelava e, se não quisesse fazer, eles preparava (sic) mais de dez remédios de tarja preta, macetado, diluído e, se a gente não tomasse por bem, eles pegavam a seringa, tampava (sic) nossa boca e injetava (sic) pelo nariz. Aí a gente ficava dentro da enfermaria até o remédio fazer efeito, enquanto eles combinavam com algumas de maiores (sic), de bater na gente, para por dinheiro na caixinha delas e, quando a gente descia, apanhava das maior (sic)”, contou.
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