segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Supermercados têm a maior alta de preços em setembro desde 1994.

 


Os supermercados de São Paulo registraram alta de 2,2% nos preços dos alimentos em setembro, um recorde para o mês desde 1994. Segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), o principal motivo está no dólar, que impacta a cadeia de produção, principalmente produtos dependentes da soja, como o óleo que subiu 30,6% (61,7% no acumulado de 2020), além do arroz (16,9%). 
Já produtos in natura tiveram uma queda de 2,59% nos preços em setembro. O destaque fica para as frutas (-1,73%), legumes (-3,11%), tubérculos (-4,76%), ovos (-0,6%) e verduras (-2,02%). Entre os produtos que tiveram a maior deflação no mês estão chuchu (-20,25%), mamão (-18,3%) e batata (-11,89%).

A Apas destaca que a demanda chinesa pela soja é muito alta devido à necessidade de o país reconstruir o rebanho de suínos, que necessita da soja para se alimentar. “A exportação do grão ocasiona a escassez no mercado interno, o que aumenta o custo na produção do óleo e eleva o preço do produto. Acreditamos que o cenário não deve mudar até o início de 2021, para quando está previsto um aumento da safra”, explica o presidente da associação, Ronaldo dos Santos

Pelo nono mês seguido, o aumento no arroz foi de 16,9% em setembro e acumula 47,04%. O leite, que desde março segue em alta, em setembro atingiu 7,26%, somando, em 2020, 37%. Como consequência, os produtos derivados também sofreram aumentos, como 7,73% na muçarela, 5,8% no queijo prato e 5,28% no leite condensado.  Já o feijão registrou uma queda de 1,78%.

O levantamento da Apas destaca que os reflexos do atual cenário econômico brasileiro acabam se refletindo também nos cortes de carnes mais populares. Contrafilé, acém e coxão duro tiveram um expressivo aumento na demanda e subiram 7,81%, 6,68% e 9,7%, respectivamente.

Segundo a associação, diante da dificuldade de não conseguir repor o rebanho suíno afetado pela peste africana, a China tem comprado direto dos frigoríficos brasileiros, que permanecem com o aumento de preços motivados pela venda em dólares.

E a exportação da soja afeta também o mercado de proteína animal no formato da ração, representando de 70 a 80% do custo de produção dos animais. O reflexo disto é o aumento – apenas no mês de setembro - de 4,77% na carne bovina, 6,96% na suína e 1,67% no frango.

Até setembro, a inflação geral no setor varejista alimentar acumulada em 2020 é de 8,3%. Em 2018 e 2019, para todo ano o saldo foi 4,33% e 5,73%, respectivamente.

fonte: https  www.r7.com


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