terça-feira, 22 de janeiro de 2019

“Eu vi amigos morrerem aos 13 anos”, diz Michelle sobre infância no DF



Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Rede Record, primeira-dama falou sobre a posse e adaptação ao Palácio da Alvorada
Em entrevista exclusiva ao programa Domingo Espetacular, da Rede Record, a primeira-dama Michelle Bolsonaro falou, pela primeira vez desde a posse do marido como presidente da República, sobre o retorno ao Distrito Federal, a adaptação ao Palácio da Alvorada, a quebra de protocolo durante a cerimônia no dia 1º de janeiro e, também, sobre sua infância e adolescência na periferia de Brasília.
Nascida e criada em Ceilândia, região administrativa com os maiores índices de violência no DF, Michele contou que cresceu em meio a traficantes. “Eles eram os meus amigos, nós crescemos juntos e depois cada um tomou seu caminho. Eu vi vários amigos morrerem aos 13, 14 anos”, rememora.
A primeira-dama se disse feliz com o retorno a Brasília, mas afirmou ter se adaptado bem ao Rio de Janeiro, para onde se mudou após se casar com o então deputado Jair Bolsonaro. Segundo ela, se dependesse do esposo e das filhas, a residência oficial da família seria a Granja do Torto. “A questão da escolha do palácio foi pela proximidade da escola das meninas e do trabalho dele, mas o deixei à vontade para escolher”, conta.
Nos primeiros dias no Alvorada, Michelle e Jair passaram as noites em claro. “Cama nova, não tem os nossos travesseiros. Ainda estou me acostumando, não dá para chamar de casa ainda”, reclamou a primeira-dama, que, descontraída, pediu ao entrevistador para ser chamada pelo primeiro nome.
Quebra de protocolo
Michelle diz que ainda não conseguiu assistir ao seu discurso de posse e revela se sentir triste quando vê alguém acusando o pronunciamento como estratégia de marketing. “Foi uma paz vinda de Deus, eu não consigo falar nem na minha igreja. Foi um momento divino, então é ruim quando as pessoas te criticam por algo que foi tão natural”, declara.
De acordo com ela, Jair Bolsonaro soube do discurso duas horas antes de sair para a posse. A movimentação para o discurso em libras começou 10 dias antes, em conversas com os amigos intérpretes, mas a decisão só foi comunicada ao cerimonial na véspera da transmissão de cargo presidencial.
“A senhora vai discursar? O presidente já sabe?”, teria dito um nome do primeiro escalão ao saber da novidade. “Ele [Bolsonaro] falou: tudo bem, eu acho melhor você discursar primeiro. As pessoas podem não te ouvir”, conta.
Michelle aprendeu Libras para se comunicar com um tio surdo e diz que lutou pela tradução do Hino Nacional. “Foi a concretização de um sonho. Eu tenho muito amor e respeito por essa minoria”, garante.
A primeira-dama também se pronunciou sobre a indicação de uma amiga para um cargo no governo. “A Priscila Gaspar foi indicada para a Secretaria Nacional da Pessoa com Deficiência pela capacidade dela. É uma surda bilíngue, professora da PUC de São Paulo. Vem de uma família surda, tem filhas surdas. Pensei que a notícia que eu veria seria algo que viesse abrilhantar a chegada de uma pessoa surda nessa posição, não como uma farra da amiga. Não era a manchete que eu esperava”, lamenta Michelle.
Ao fim da entrevista, o jornalista emocionou Michelle agradecendo em Libras.
(Por Metrópoles.com)

Publicado no blog do Silva Lima
http://blogdosilvalima.com.br/eu-vi-amigos-morrerem-aos-13-anos-diz-michelle-sobre-infancia-no-df/


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