O passado é um
farol que aponta para o que somos, sem ele não sabemos como se organizou o
nosso eu e as relações que estabelecemos, em um país de memória histórica
limitada e com um povo que em grande parte não compreendeu a necessidade de
guardar aquilo que materialmente nos remete ao passado como um tesouro a ser
cuidado, a perca de um Museu Nacional não pode passar apenas como mais um fato
a ser esquecido no próximo verão.
Milhões
de dados perdidos que não serão recuperados, já sabemos que cerca de 90% do
acervo foi perdido, em um incêndio que traz muitas dúvidas menos uma, o descaso
do poder público com um espaço de tão gigantesca importância, mesmo agora com o
que vai ser aplicado no Museu, jamais recuperaremos o que lá estava, e em
momentos como esse não morre apenas parte de quem ama a História, morre a
memória de um povo que hoje não sabe muito bem o que pensar de uma nação
combalida que mal começou a construir a sua democracia, já tem quem pregue a
volta da ditadura, morre educadores que sentem a perca de relíquias, entre
fósseis, livros antigos e várias outras peças que só figuraram nos livros, não
tão utilizados por boa parte da terra Brasil.
O passado é um farol que aponta para o que somos,
sem ele não sabemos como se organizou o nosso eu e as relações que
estabelecemos, em um país de memória histórica limitada e com um povo que em
grande parte não compreendeu a necessidade de guardar aquilo que materialmente
nos remete ao passado como um tesouro a ser cuidado, a perca de um Museu
Nacional não pode passar apenas como mais um fato a ser esquecido no próximo
verão.
Uma perca para ser sentida por várias e várias
gerações, com implicações cientificas de grande monta para um país que de
alguns anos para cá vem negando recursos para a pesquisa em ciência ou para o
cuidado com aquilo que já era patrimônio, a exemplo do Museu Nacional que terá
recursos agora em torno de 15 milhões de reais, de acordo com declarações do Ministério
da Educação, muito dinheiro para manter pelo menos o que restou de pé, de tal
forma que percebemos o poder atemporal da irresponsabilidade política e da
ausência de um chefe de Estado, comprometem o nosso presente, não nos dão boas
perspectivas de futuro e agora para piorar, contribuem para apagar o nosso
passado. No mais fica o dito para ser reescrito e ponto final.
Publicado no Blog do Marcondes Moreno
http://www.blogdomarcondesmoreno.com.br/2018/09/brasil-uma-historia-em-cinzas.html
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