terça-feira, 12 de junho de 2018

O trabalho Infantil no Brasil.


Posturas infelizes de pessoas que por falta de conhecimento , exaltam-se para dizer bobagens:

     1 -    É melhor trabalhar do que roubar
     2 -    Meus pais trabalharam desde criança.
     3 -    Quem não trabalha é preguiçoso.

Essas frases tão comuns fizeram com que  a taxa de analfabetismos entre crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos se tornar-se assustadora.
O dia 12 de junho é o dia mundial de combate a este crime – a troca da escola, pelo trabalho, quase escravo.
Brasil concentra um quarto das crianças que trabalham na América Latina e na comparação entre 2014 e 2015 foi registrado um aumento de 13% no número de crianças  abaixo 10 anos de idade nessa situaçãoé um dos problemas sociais existentes no país em questão. Mais de 2,7 milhões de jovens entre 5 e 17 anos de idade trabalham no país, sendo 79 mil crianças de 5 a 9 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2015,[1] apesar da lei estabelecer 16 anos como a idade mínima para o ingresso no mercado de trabalho e 14 para trabalhar na condição de aprendiz.[2]
Cerca de 30% da mão de obra infantil está concentrada no setor agrícola e 60% concentrada nas regiões Norte e Nordeste, em um perfil que abrange 65% de crianças negras e 70% de meninos. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a pobreza é uma das principais causas do trabalho infantil no mundo, e no Brasil não é diferente. Crianças são forçadas a trabalhar a fim de ajudar na geração de renda familiar, deixando de lado os estudos e vida social.[3][4]
Desde a promulgação da Constituição de 1988, a qual proíbe o trabalho infantil, o governo brasileiro intensificou o combate a essa forma de exploração, aderindo a convenções internacionais sobre o assunto. Houve a criação de órgãos, alteração de leis, investimentos em programas de geração de renda às famílias e incentivos aos estudantes, de modo que as crianças não fossem colocadas para ajudar no sustento da família desde cedo e dessem prioridade aos estudos. O número de jovens trabalhando passou de cerca de 8 milhões em 1992 para 5 milhões em 2003..
A criação do PETI- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, trouxe um grande impacto, na redução desse trabalho irregular. Na zona canavieira ( zona de mata) a diminuição, graças a grande mobilização, incluindo associações de Usineiros, proporcionou uma queda de mais de 90% da exploração da mão de obra infantil. Mas, ainda é comum crianças trabalhando em região de casas de farinha,  tanto no sertão do Araripe e parte do  agreste , como nas feiras de sulanca, polo gesseiro, feiras livres , e outros.
Outrossim, a desmobilização provocada por vários fatores políticos/financeiro, a ausência de políticas públicas no âmbito municipal e o equivoco de órgãos fiscalizadores que impõe a fiscalização a outros que não tem entre suas atribuições, esta competência , tem trazido de volta essa praga que é a troca da Escola, pelo trabalho. O corte de recursos financeiros na Politica Nacional de Assistência Social, com reflexo nos Municípios, não tem permitido que principalmente os CREAS- (Centro de Referência Especializado da Assistência Social), tenha perdido as condições necessárias para combater o trabalho Infantil ...
Na ausência e falta de estrutura dos CREAS, insistem em entregar ao Conselho Tutelar, uma atribuição que nunca foi sua, que é fiscalizar o trabalho infantil. Cabe ao Conselho Tutelar, aplicar medidas de proteção as crianças e responsabilizar os pais, os governos e os que se omitem  , no momento de exercer o seu papel.
É importante destacar que os municípios que conseguem manter o CREAS qualificado e os Conselhos Municipais de Assistência Social e dos Direitos da Crianças e do Adolescentes , deliberativos e controladores das ações, tem diminuído e alguns até erradicados, deste crime praticado contra crianças e parte de adolescentes  no nosso Brasil.

12 de junho de 2018

Silvino Neto, Bacharel e Licenciado em Biologia, Especialista em Gestão e Controle de Políticas Públicas e Militante do Fórum Estadual DCA a 32 anos.

Fontes- IBGE.2015